Total de visualizações de página

terça-feira, 25 de abril de 2017

O Poder do Espírito Santo


LEITOR,
Há esperança no Evangelho a qualquer homem, enquanto ele viver. Há infinita boa vontade em Cristo para perdoar pecados. Há infinito poder no Espírito Santo para transformar corações.
Existem muitas doenças do corpo que são incuráveis. Os doutores mais sábios não podem curá-las. Mas, graças a Deus! Não existem doenças incuráveis da alma. Todas as espécies e quantidades de pecados podem ser lavados por Cristo. O mais difícil e perverso dos corações pode ser mudado.
Leitor, eu digo novamente, enquanto há vida, há esperança. O mais velho, mais vil, o pior dos pecadores pode ser salvo. Apenas deixe-o vir a Cristo, confessar seus pecados, e clamar por perdão – apenas deixe-o lançar sua alma em Cristo, e ele será curado. O Espírito Santo será enviado ao seu coração, conforme a promessa de Cristo, e ele será transformado pelo seu grandioso poder, em uma nova criatura.

Eu nunca me preocupo com qualquer que se torne um cristão, o que quer que esta pessoa tenha sido em tempos passados. Eu sei quão grandiosa é a mudança da morte para a vida; Eu sei que montanhas de divisão parecem ficar entre alguns homens e o Céu; Eu sei das dificuldades, dos prejuízos, da pecaminosidade desesperadora do coração natural; mas eu lembro que Deus o Pai fez este glorioso mundo do nada. Eu lembro da voz do Senhor Jesus que pôde alcançar Lázaro quando este tinha quatro dias de morto, e o chamou de volta, mesmo da sepultura; Eu lembro das incríveis que o Espírito de Deus venceu em cada nação debaixo do Céu; Eu me lembro disso tudo e sinto que nunca devo me desesperar. Sim! Estas mesmas pessoas que agora parecem mais completamente mortas em pecados, podem ainda ser tornadas nova criatura e andar diante de Deus em novidade de vida.

Por que não deveria ser assim? O Espírito Santo é um Espírito poderoso, misericordioso e amoroso. Ele não se volta de ninguém por causa de sua vileza. Ele não deixa de visitar porque seus pecados são preto e escarlate.
Não havia nada nos coríntios para que ele viesse e os vivificasse. Paulo relata que eles eram, “fornicadores, idólatras, adúlteros, efeminados, ladrões, cobiçosos, beberrões, maldizentes, roubadores.” “Tais como”, ele diz, “eram alguns de vocês.” No entanto, mesmo a eles o Espírito vivificou. “Fostes lavados,” ele escreve, “fostes santificados, fostes justificados, no nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” (1 Co, 6.9-11)
Não havia nada nos colossenses para que Ele visitasse seus corações. Paulo nos fala que eles andavam em “fornicação, impureza, afeiçoes desordenadas, concupiscências malignas e avareza que é idolatria.” No entanto, a eles também o Espírito vivificou. Ele os fez, “despir-se do velho homem e seus feitos, e vestir-se do novo homem que é renovado em conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.” (Cl 3.5-10).

Não havia nada em Maria Madalena para que o Espírito devesse tornar viva sua alma. Ela esteve possuída por 07 demônios. Tempo houve, se o relato é verdadeiro, que ela foi uma mulher proverbial para a vileza e iniquidade. No entanto, mesmo ela o Espírito fez uma nova criatura, – separou-a de seus pecados – trouxe-a a Cristo – a fez a última na cruz e a primeira na tumba.
Nunca, nunca o Espírito Santo se volta de uma alma por causa de sua corrupção. Ele nunca fez isso; Ele nunca fará. É Sua glória que ele tem purificado a mente dos mais impuros, e feito deles templos para sua própria morada. Ele pode ainda pegar o pior dos que leram este folheto e fazer dele um receptor da Graça.

Por que não deveria ser assim? O Espírito é um Todo-Poderoso Espírito. Ele pode mudar um coração de pedra em um coração de carne. Ele pode destruir os maus-hábitos mais fortes, como uma estopa  no fogo. Ele pode fazer as coisas mais difíceis parecerem fáceis e as mais poderosas objeções derreterem como neve na primavera. Ele pode cortar as barras de metal e arrebentar os portões do prejuízo. Ele pode encher cada vale e fazer cada lugar árduo, suave. Ele tem feito isto regularmente, e pode fazer novamente.

O Espírito pode usar um judeu – o mais amargo inimigo da cristandade, o mais feroz perseguidor dos verdadeiros crentes, o mais forte defensor das noções farisaicas, o opositor mais prejudicial da Doutrina Evangélica – e transformar este homem em um pregador zeloso da mesma fé que uma vez ele tentou destruir. Ele já fez isso – Ele fez isso com o Apóstolo Paulo.
O Espírito pode usar um monge católico romano, criado no meio da superstição romana – treinado desde sua infância para crer na falsa doutrina, e obedecer o Papa – mergulhado com seus olhos no erro – e fazer deste homem o mais claro defensor da justificação pela fé que o mundo já viu; Ele já fez isso – Ele fez com Martinho Lutero.

O Espírito pode usar um funileiro inglês, sem estudo, patronagem ou dinheiro, – um homem uma vez conhecido por nada menos que blasfemar e praguejar, – e fazer este homem escrever um livro religioso, o qual permanece sem rival e inigualado em seu modo, por qualquer um desde o tempo dos Apóstolos. Ele já fez isto – Ele fez com John Bunyan, o autor de “O Peregrino.”
O Espírito pode usar um marinheiro, afundado em mundanismo e pecado – um depravado capitão de um navio negreiro, – e fazer deste homem um dos mais bem-sucedidos ministros do Evangelho; um escritor de cartas que são o celeiro da religião experimental; e de hinos que são conhecidos e cantados em qualquer lugar onde a língua inglesa é falada. Ele já fez isto. Ele fez com John Newton.
Tudo isto o Espírito tem feito, e muito mais, do qual eu não posso falar em particular. E o braço do Espírito não está encolhido; Seu poder não está deteriorado. Ele é como o Senhor Jesus – o mesmo ontem, hoje e para sempre. Ele ainda faz maravilhas e fará até o fim dos tempos.
Eu não ficarei surpreso em ouvir, mesmo nesta vida, que o homem mais severo que eu conheço, tenha se tornado quebrantado, e o mais orgulhoso, tenha tomado lugar aos pés de Jesus como uma criança.

Eu não ficarei surpreso de encontrar muitos à mão direita no dia do Juízo, os quais eu deixei, quando morrer, viajando pelo caminho largo.
Eu nunca me desespero porque eu creio no poder do Espírito Santo. Nós, ministros, podemos bem nos desesperar, mas ao olharmos nosso próprio desempenho. Estamos frequentemente doentes de nós mesmos. Podemos nos desesperar quando olhamos para algumas pessoas que pertencem as nossas congregações; parecem tão duras e insensíveis quanto uma pedra de moinho. Mas nos lembramos do Espírito Santo e do que Ele já fez. Nos lembramos do Espírito Santo e refletimos que Ele não mudou. Ele pode descer como fogo e derreter os mais duros corações; Ele pode converter os piores homens ou mulheres entre nossos ouvintes, moldar todo seu caráter em uma nova forma. E assim nós pregamos. Temos esperança por causa do Espírito Santo. Oh, que nossos corações possam entender que o progresso da verdadeira religião depende não de nossa força ou poder, mas do Espírito do Senhor! Oh que muitos deles possa aprender a depender menos de seus ministros e a orar mais pelo Espírito Santo! Oh, que todos possamos aprender a esperar menos de escolas, folhetos e aparatos eclesiásticos, e, ao mesmo tempo usando todos os meios diligentemente, buscarmos mais intensamente um derramamento do Espírito.

Leitor, você se sente menor se aproximando de Deus? A menor inquietação sobre sua alma imortal? Sua consciência lhe diz neste dia, que você ainda não sentiu o poder do Espírito, e que você quer saber o que é isso? Ouça, e eu lhe direi.
Por um lado, você deve ir imediatamente ao Senhor Jesus Cristo em oração, e rogar-Lhe que tenha misericórdia de você, e lhe envie o Espírito. Você deve ir diretamente aquela fonte de águas vivas, o Senhor Jesus Cristo, e receberá o Espírito Santo (João, 6.39). Comece imediatamente à orar pelo Espírito Santo. Não pense que está emudecido e sem esperança: O Espírito Santo é prometido aos que lhe pedirem. Seu nome é Espírito da Promessa e Espírito de Vida. Não Lhe dê descanso até que Ele venha e lhe faça um novo coração. Clamai vigorosamente ao Senhor – dize-Lhe, “Abençoa-me, mesmo também a mim: vivifica-me, e faze-me vivo.”

De minha parte, eu não ouso enviar almas ansiosas a ninguém senão a Cristo. Eu não apoio aqueles que dizem aos homens para orar para o Espírito Santo em primeiro lugar, a fim de que eles possam ir a Cristo em segundo lugar. Eu não vejo fundamento nas Escrituras para dizer isto. Eu vejo somente que se os homens se sentem necessitados, pecadores perecendo, eles devem se aplicar, em primeiro lugar e principalmente, direta e unicamente à Jesus Cristo. Eu vejo que Ele mesmo diz, “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba” (João 7.37). Eu sei que está escrito “recebeste dons dentre os homens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles” (Salmos 68.18). Eu sei que é seu ofício especial batizar com o Espírito Santo, e que “Nele habita toda plenitude.” Não ouso tentar ser mais sistemático que a Bíblia. Eu creio que Cristo é o ponto de encontro entre Deus e a alma: e meu primeiro conselho a qualquer um que queira o Espírito, deve sempre ser, “vá a Jesus, e conte suas necessidades a Ele.”

Por outro lado, se você ainda não sentiu o poder conversor do Espírito, você precisa ser diligente em observar os meios de graça através do qual o Espírito opera. Você deve ouvir regularmente a Palavra que é Sua espada; você deve habitualmente comparecer aquelas assembleias onde Sua presença é prometida; você deve, em suma, ser encontrado no caminho do Espírito, se você quer que o Espírito lhe faça bem. O cego Bartimeu jamais teria recebido a visão, se tivesse ficado sentado preguiçosamente em casa, e não tivesse saído afora, para se sentar a beira do caminho. Zaqueu poderia nunca ter visto Jesus, e se tornado um filho de Abraão, se ele não tivesse corrido adiante e subido no pé de sicômoro. O Espírito é um Espírito amoroso e bom. Mas aquele que despreza os meios de graça, resiste ao Espírito Santo.


Leitor, lembre-se destas duas coisas. Eu creio firmemente que nenhum homem jamais agiu com honestidade e perseverança nestes dois conselhos, que não, mais cedo ou mais tarde, tem o Espírito, e descobre, por experiência própria que Ele é “poderoso pra salvar”.