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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Entretenimento E Culto


Em cada igreja e a cada geração de cristãos, existe uma chance de perder o nosso foco nas coisas que são mais importantes (Hb 2.1). Precisamos constantemente nos relembrar disso e recentralizar as nossas igrejas para que não nos vejamos confiando em algo que não seja o evangelho de Deus e a Palavra de Deus.
Um dos desvios mais perigosos acontecendo nas igrejas locais hoje está dentro do nosso culto público. Em muitas igrejas, há uma ausência de ênfase nos meios da graça (Escritura, oração e os sacramentos ou ordenanças) e uma dependência do entretenimento. Alguns tentam equilibrar os dois em nome de alcançar mais pessoas com o evangelho, mas há um perigo inescapável em superestimar o entretenimento e implementá-lo no culto público.
Isso não é um fenômeno recente. O pastor do século XIX, Charles Spurgeon, dizia: “o diabo raramente teve uma ideia mais sagaz que sugerir à igreja que parte da sua missão é fornecer entretenimento para as pessoas, tendo em vista conquistá-las”. Pode não ser recente, mas é crescentemente popular, especialmente à luz da nossa cultura motivada pelo entretenimento. Vemos isso em cânticos seculares tocados por bandas de louvor para animar a platéia. É difícil perder o valor dado à diversão na pregação cheia de piadas, mas vazia de teologia em muitos púlpitos. Muitos de nós preferimos performances elaboradas para a congregação observar, mas não participar. Para alguns, a manhã de domingo se parece mais com um show de variedades do que uma oferta feita a Deus. O perigo de trazer o entretenimento ao culto conjunto está no objetivo do entretenimento e no seu contraponto ao objetivo do culto.
Eu não estou sugerindo que a igreja deva ser entediante ou que toda igreja deva ter cultos com liturgias idênticas, como se houvesse apenas uma única forma apropriada de adorar ao Senhor. O culto coletivo varia de igreja para igreja de muitas formas. Os estilos, a música e as liturgias desenvolvidas em contextos e tradições particulares levam a tonalidades diferentes de culto. A igreja de Jesus Cristo é composta de pessoas, e portanto de congregações, de toda tribo, língua e nação, e isso quer dizer uma diversidade de igreja para igreja. Isso frequentemente é uma coisa boa, algo a se celebrar, desde que o culto da igreja seja feito de acordo com os parâmetros da Escrituras e oferecido pela fé.
A infiltração do entretenimento dentro do culto não é uma questão de estilo, mas de substância. O entretenimento é uma coisa boa, mas o seu propósito é o alívio da mente e do corpo, não a transformação da mente ou a edificação do espírito. O perigo do entretenimento no culto não são quais instrumentos musicais são permitidos ou quais hinos de qual época devem ser cantados pela igreja. O perigo se encontra no que a igreja está buscando. O entretenimento tem um objetivo diferente do culto. O entretenimento é algo oferecido às pessoas para a sua diversão. O culto, todavia, tem um foco diferente e produz um resultado diferente. 
O foco do culto é Deus, não o homem, que imediatamente o coloca contra o entretenimento. Nos oferecemos ao Senhor individual e coletivamente na manhã de domingo. A igreja atribui honra a Deus na leitura, pregação, canção e oração da sua Palavra. O verdadeiro culto é inerentemente centrado em Deus e direcionado a Deus. O que é feito quando a igreja se ajunta deve ser feito segundo a vontade de Deus e para o seu agrado. Isso se opõe ao entretenimento, que é uma obra impotente espiritualmente e direcionada para as pessoas.
Embora o culto seja direcionado a Deus, ele simultaneamente oferece muito mais do que  entretenimento pode dar. À medida que a igreja se aproxima de Deus, o Senhor se aproxima de nós e recebemos graça. Graça, graça que regenera, graça que renova, graça que revive, é oferecida à congregação por meio dos meios de graça. O resultado de adorar a Deus em espírito e verdade é a transformação. O entretenimento não pode levar à edificação. Entretenimento pode estimular as emoções, mas Deus usa os meios de graça para mudar as nossas afeições. O entretenimento pode atrair uma multidão ou cativar uma congregação, mas somente os meios da graça vão atrair as pessoas a Cristo e conformá-las à sua imagem.
A beleza do culto é que ele é infinitamente mais poderoso do que o entretenimento. O entretenimento busca replicar o drama e o deslumbramento. Mas a graça de Deus no culto desvela o drama mais profundo no mundo e produz autêntico deslumbramento à luz da revelação de Deus.
O verdadeiro culto pode ser doloroso em um momento e alegre no próximo, à medida que encontramos a lei de Deus e o evangelho, confessando os nossos pecados e descansando no perdão que temos em Jesus Cristo. O que é mais dramático do que pecadores condenados sendo perdoados por um Deus santo? Do que escravos sendo libertos pelo Salvador? O que é mais emocionante do que o Filho de Deus se colocando no lugar do ímpio para o salvar da ira de Deus? A igreja não precisa de qualquer tipo de performance como se fosse uma ajuda para nós no culto. Precisamos da Palavra de Deus lida e pregada, orada e cantada, pois nisto exaltamos e experimentamos o nosso Deus trino.
O entretenimento tem o seu lugar e serve a um propósito bom, ainda que terreno. As nossas igrejas locais farão bem em ter o cuidado de não descambarem nele num esforço de atrair ou tratar das necessidades de homens e mulheres pecadores. A Escritura é o que Deus usa para penetrar a alma e mudar o coração. Que possamos nos entregar para adorarmos ao Senhor em espírito e verdade, ao invés de em emoção e diversão.
Joe Thorn é o pastor principal da Redemer Fellowship em Saint Charles, Illinois. 
Traduzido por Guilherme Cordeiro.  http://monergismo.com

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

PORQUE É ERRADO TER ARCA DA ALIANÇA NA IGREJA



A algum tempo que eu já pretendia escrever sobre o assunto, devido ver o crescimento da utilização de réplicas de arca da aliança pelas igrejas, além de outras práticas judaizantes no meio cristão. O que veremos por alguns pontos bíblicos que é errada tal prática.
A arca da aliança representa a antiga aliança de Deus com a humanidade representada pelo povo de Israel, além de representar a presença de Deus. Vale a pena frisar isso, que a arca representava, mas não era a presença de Deus.
Ela foi feita a mando de Deus, é verdade, mas para a antiga aliança, hoje vivemos na nova que é representada pelo sacrifício salvífico de Jesus na cruz do calvário e de seu sangue derramado. "E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que por muitos é derramado." (Marcos 14:24).

As práticas da religião judaica estão entrelaçadas com a antiga aliança, deixada de lado e substituída pela nova aliança, como lemos em todo o capítulo 9 de Hebreus. Na antiga aliança predominava a Lei, sendo esta formada de 3 aspectos, o cerimonial religioso (o judaísmo), o civil (código civil do povo de Israel, vale somente para o povo de Israel) e o moral. Destes 3, somente o moral continua na nova aliança, os demais foram abolidos.
Houve um tempo que Deus vai dizer pela boca do profeta Jeremias que a devido ao tamanho do pecado de idolatria do povo de Israel, eles seriam invadidos pela Babilônia e seriam levados cativos. Quando isso ocorreu, os babilônicos destruíram o templo, e a arca sumiu e até hoje há na cabeça de muitos a dúvida de onde ela foi parar. 

Deus então vai começar a falar que o povo se arrependendo, Ele restauraria a vida do povo, inclusive trazendo-o de volta a sua terra de origem, então Deus diz o que está relatado em Jeremias 3:16 que diz: "E sucederá que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: A arca da aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração; nem dela se lembrarão, nem a visitarão; nem se fará outra."
Reparou que Deus diz para nunca mais se fazer outra? Deus proibiu! Por que?
A resposta é simples, a maior das restaurações que o povo precisava, era a espiritual, o que acarretaria bênçãos materiais ao povo, mas o foco original era o espiritual. Mais a frente Deus fala pelo apóstolo João, algo relatado no evangelho segundo escreveu João para que ele colocasse um certo texto de um modo que ficasse no capítulo 3 e versículo 16 que vem nos dizer assim: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."
Jesus veio para primeiro trazer transformação espiritual, a arca era o que representava a antiga aliança, já a mensagem da cruz é o que representa a nova aliança. A arca representava a presença de Deus, mas agora é Jesus que representa a presença, o elo, a ponte, entre Deus e os homens.
Ter uma réplica da arca da aliança é desobedecer o que Deus ordenou em Jeremias 3:16. Ter uma arca da aliança é dizer que Jesus não é suficiente e ignorar que Ele é o elo e não a arca. 
Lendo Apocalipse 11:19, vamos que João quando foi levado em espírito ao céu para vê, ouvi e escrever as revelações de Deus, ele vai avistar a arca da aliança, não era Deus, ou um simbolo de Sua presença, sim a arca literalmente falando, pois João já tinha visto o Pai e o descreveu de forma diferente. Veja: "E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono. E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono, e parecia semelhante à esmeralda." (
Apocalipse 4:2 e 3)

Eu vou entender que Deus arrebatou a arca da aliança quando os babilônicos entraram em Jerusalém. Então pense, se fosse para termos a arca ou réplicas dela, Deus não proibiria e tão pouco arrebataria aos céus a verdadeira.
Ter arca na igreja além de ser desobediência a Deus e a Sua Palavra, é usar coisas que eram próprias e exclusivas do judaísmo, Pois além de Hebreus 9 (todo o capítulo), Colossenses 2:16,17 diz que tais práticas eram sombras, pré-figurações das coisas futuras, pois quando foram instituídas, Cristo ainda não tinha sido relavado, vale salientar que Colossenses é uma carta cristológica, trata da pessoa e obra de Cristo, então tais práticas eram sombras de Cristo. Sendo assim praticar essas coisas é dizer que o sacrifício de Jesus não foi o suficiente. Em Gálatas 5: 1 ao 5, fala-se da circuncisão como exemplo de práticas do aspectos cerimonial religioso, onde praticando, é necessário praticar todos os outros mandamentos já abolidos, entre eles podemos citar guardar o sábado, não fazer babar, tirar a esposa de casa no período menstrual, matar o filho beberão em praça pública, matar um bezerro quando pecar e for pedir perdão ao Senhor e etc. Tudo isso obras que não levam a justificação, e ainda desmerece a obra de Jesus. O texto de gálatas continua dizendo que quem pratica essas coisas está separado de Cristo, e decaiu da graça e Cristo já não lhe tem proveito algum. Em Filipenses 3:2 fala para guardamo-nos, ou seja, nos afastar dos da circuncisão, que são os judaizantes.
Não participe desse erro, não seja cúmplice, não judaíze o evangelho de Cristo, isso é heresia, é pecado.   



Escrito pelo pastor Luis Roldan.
Fonte:blog hora de semear