O fato da existência de Deus
é tanto o ponto de partida lógico como o escriturístico de um estudo sistemático
da doutrina da Bíblia. É o ponto de partida lógico porque o fato da existência
de Deus sotopõe-se a todas as outras doutrinas da Bíblia. Sem a existência de
Deus, todas as outras doutrinas da Bíblia seriam sem sentido. É o ponto de
partida escriturístico porque disso nos capacita o primeiro verso da Bíblia.
I. A existência de Deus está assumida na
Bíblia.
A Bíblia principia por
assumir e declarar a existência de Deus sem empreender prová-la. Isto é um fato
digno de nota. Ao comentá-lo, diz J. M. Pendleton em "Christian
Doctrines": "Moisés, sob inspiração divina, teve, sem dúvida, as
melhores boas razões para o curso adotado por Moisés; a saber: O autor crê que
isto é verdade e crê que há pelo menos três razões para o curso adotado por Moisés;
a saber:
1. ISRAEL, EM CUJO BENEFÍCIO
MOISÉS ESCREVEU PRIMARIAMENTE, JÁ CRIA EM DEUS
Daí, o propósito de Moisés,
que foi mais prático que teológico, não erigiu uma discussão de provas da
existência de Deus.
2. AS EVIDÊNCIAS DA
EXISTÊNCIA DE DEUS SÃO VISÍVEIS E VIGOROSAS
Assim, foi necessário, mesmo
para a raça humana como um todo, que um discurso prático tratasse das
evidências da existência de Deus. Mas o nosso estudo é teológico bem como
prático; logo, é-nos oportuno notar estas evidências visíveis e vigorosas. Elas
nos vêem da:
(1) Criação Inanimada
A. A matéria não é eterna e,
portanto deve ter sido criada. George McCready Price, autor de
"Fundamentals of Geology" e outros livros científicos, diz: "Os fatos
da radioatividade proíbem muito positivamente a eternidade passada da matéria.
Daí, a conclusão é silogística: a matéria deve ter-se originado ao mesmo tempo
no passado..." (Q. E. D., pág. 30). O Professor Edward Clodd diz que
"tudo aponta para uma duração finita da criação atual" (Story of
Creation, pág. 137). "Que a forma presente do universo não é eterna no
passado, mas começou a ser, atesta-nos não só a observação pessoal senão também
o testemunho da geologia" (A. H. Strong Sistematic Theology, pág. 40). B.
A matéria deve ter sido criada por outro processo que não os naturais; logo, a
evidência de um criador pessoal. Diz o Prof. Price.: "Há uma ambigüidade
de evidência. Tanto quanto a ciência moderna pode lançar luz sobre a questão,
deve ter havido uma criação real dos materiais de que se compõe o nosso mundo,
uma criação inteiramente diferente de qualquer processo agora em voga, tanto em
qualidade como em grau". (Q. E. D. pág. 25). A origem das coisas não se
pode computar sobre uma base naturalística. Buscando assim fazer, Darwin foi
obrigado a dizer: "Estou num lamaçal desesperado." Alguém podia falar
tanto de livros serem escritos pelas leis da soletração e da gramática como do
universo ser feito pela operação de mera lei. Assim está a Bíblia de inteiro
acordo com os achados da ciência moderna quando ela declara: "No princípio
Deus criou os céus e a terra." (Gênesis 1:1).
(2) Criação Animada
A. A Matéria viva não pode
provir da não-viva. Escrevendo no "London Times", disse Lord Kelvin:
"Há quarenta anos perguntei a Liebig, andando nalgum lugar pelo campo, se
ele acreditava que o capim e as flores que víamos ao nosso redor cresciam por
meras forças químicas". Ele respondeu: "Não mais do que eu podia crer
que um livro de botânica que as descrevesse pudesse crescer por meras forças
químicas". Numa preleção perante o Instituto Real de Londres, Tyndall
afirmou candidamente os resultados de oito meses de árduos experiências como
segue: "Do princípio ao fim do inquérito não há, como vistes, uma soma de
evidência a favor da doutrina de geração espontânea... Na mais baixa como na
mais elevada das criaturas organizadas o método da natureza é: que a vida será
o produto de vida antecedente". O Professor Conn diz: "Não há a mais
leve evidência de que a matéria viva possa surgir da matéria morta. A geração
espontânea está universalmente vencida" (Evolution of Today, pág. 26). E o
Sr. Huxley foi forçado a admitir: "A doutrina que a vida somente pode vir da
vida está vitoriosa em toda a linha" (The Other Side of Evolution, pág.
25).
B. Desde que a matéria não é eterna, a vida
física, que envolve a matéria viva, não pode ser eterna.
O fato de a matéria não ser
eterna proíbe a suposição que a vida física é o resultado de uma série infinita
de gerações. E desde que, como vimos, a matéria não pode provir da não-viva,
somos forçados a aceitar o fato de um criador pessoal, não-material.
(3) A Consciência Humana
Para fins práticos, a
consciência pode ser definida como a faculdade ou poder humano de aprovar ou
condenar suas ações numa base moral. O apóstolo Paulo, um dos maiores eruditos
do seu tempo, afirmou que os pagãos, que não tinham ouvido de Deus ou de Sua
lei, mostravam "a obra da lei escrita em seus corações, testificando
juntamente a sua consciência e seus pensamentos, ora acusando-se, ora
defendendo-se" (Romanos 2:15). Paulo assim afirmou de homens que não aprenderam
de um padrão moral autorizado e tinham um senso comum do direito e do errado. Eruditos
modernos nos dizem que os povos mais rudimentares da terra têm consciência. Não
se pode dizer, portanto, que o homem tem consciência por causa dos ensinos
morais que ele recebeu. Não se pode duvidar que a instrução moral aguça a
consciência e faz sua sensibilidade mais pungente; mas a presença da
consciência no pagão ignorante mostra que a educação moral não produz
consciência. A consciência, então, nos capacita da existência da lei. A
existência da lei implica a existência de um legislador; logo a consciência
humana atesta o fato da existência de Deus.
(4) Ordem, Desígnio e
Adaptação no Universo,
Ordem, desígnio e adaptação
permeiam o universo. "Desde que a ordem e a colocação útil permeiam
o universo, deve existir uma inteligência adequada para dirigir esta colocação
a fins úteis" (Strong, Systematic Theology, pág. 42). Vemos
ordem maravilhosa nos movimentos dos corpos celestes. Observamos desígnio
admirável no fato de o homem respirar ar, tira muito do oxigênio e
devolve o ar carregado de dióxido de carbono, que é inútil ao homem. As
plantas, por sua vez, tomam o dióxido de carbono, um alimento essencial
da planta, do ar, e deitam oxigênio. Temos admirável adaptação no ajuste do homem
para viver sobre a terra e no ajuste da terra para lugar de habitação do homem.
Tudo disto evidencia um criador inteligente. É o suficiente para convencer
a quaisquer cujas mentes não estão cegadas pelo preconceito. Alguém
podia crer do mesmo modo que é por acidente que os rios nos países
civilizados banham povoações e cidades como crer que a ordem, o desígnio
e a adaptação no universo são produtos de mero acaso.
(5) A Bíblia
A referência aqui não é ao
testemunho da Bíblia concernente à existência de Deus. É ilógico dar a autoridade
da Bíblia como prova da existência de Deus, porque a autoridade da Bíblia
implica a existência de Deus. Semelhante curso vale por perguntar a pergunta:
Mas referimos aqui a:
A. A natureza do conteúdo da
Bíblia
Bem falado foi que a Bíblia é
um livro tal que o homem não o podia ter escrito, se o quisesse, como não o
teria escrito, se pudesse. Ela revela verdades que o homem, deixado a si mesmo nunca
podia ter descoberto. Uma discussão mais ampla desta fato virá no próximo
capítulo. E, se o homem pudesse, porque escreveria ele um livro que o condena
como criatura pecaminosa, falida, rebelde, merecendo a ira de Deus? É da
natureza humana condenar-se assim a si mesma?
B. A profecia cumprida
O cumprimento minucioso de
dezenas de profecias do Velho Testamento está arquivado em oNovo Testamento, o
qual traz a evidência interna de uma história verossímil. O cumprimento da profecia
evidencia um ser supremo que inspirou a profecia.
C. A Vida de Jesus
Aceitando o testemunho do
Evangelho como possuindo as credenciais de uma históriaverossímil, vemos em
Jesus uma vida singular. Nem a hereditariedade, nem o ambiente, as duas forças
naturais na formação do caráter, podem dar conta de Sua vida. Assim temos
evidência de um ser divino que habitou Jesus.
D. A Ressurreição de Jesus
A ressurreição de Jesus, como
um fato sobrenatural e bem atestado mostra que Ele era divino. Temos assim
subsequente evidência de que há um ser divino. Prova da ressurreição de Jesus.
Depois de ouvir uma conversação num trem entre dois homens que discutiam a
possibilidade de ser enganado sobre a ressurreição de Jesus, W. E. Fendley, advogado
de Mississippi, escreveu um artigo que foi publicado no "Western
Recorder" de 9 de dezembro de 1920. Ele abordou a matéria como advogado e
deu as três seguintes razões para negar a plausibilidade da sugestão que o
corpo de Jesus foi roubado: (1) "Não era ocasião oportuna para roubar o
corpo". O fato que três festas judaicas ocorreram no tempo da crucificação
certifica que as ruas de Jerusalém estariam cheias de gente. Por essa razão o
Sr. Fendley diz que não era boa ocasião para roubar-se o corpo. (2) "Havia
cinco penalidades de morte ligadas ao roubo do corpo e nenhuma delas foi
imposta ou executada". As penalidades são dadas como sendo: primeira, por
permitir que o selo fosse rompido; segunda, por quebrar o selo; terceira, por
roubar o corpo; quarta, por permitir roubar o copo; quinta, por dormir quando
em
serviço.
(3) "Nego outra
vez o alegado sobre o fundamento de testemunho premeditado e não premeditado."
E então ele mostra como os soldados vieram do sepulcro e disseram que um anjo os
enxotará de lá e que, quando peitados pelos fariseus, disseram que o corpo de
Jesus fora roubado enquanto eles, soldados, dormiram. O Sr. Fendley prossegue
dando cinco pontos que se devem crer para crê-se neste relatório dos soldados,
que são: (1) "Devem crer que sessenta e quatro soldados romanos sob pena
de morte dormiram todos de uma vez". (2) "Devem aceitar o testemunho
dos dorminhocos". (3) "Devem crer que os discípulos, que estavam tão
medrosos, todos de uma vez se tornaram tremendamente ousados". (4)
"Outra vez, devem crer que os ladrões tiveram bastante tempo de dobrar as
roupas mortuárias e colocá-las aceiadamente de um lado". (5) "Também
devem crer que esses discípulos arriscariam suas vidas por um impostor defunto,
quando o não fizeram por Salvador vivo".
3. O FATO DA EXISTÊNCIA DE DEUS É ACEITO QUASE
UNIVERSALMENTE
Isto se dá como a terceira
razão que justifica o curso seguido por Moisés em assumir e declarar o fato da existência
de Deus sem oferecer quaisquer provas. Os raros que negam a existência de Deus
são insignificantes. "As tribos mais baixas tem consciência, temem a
morte, crêem em feiticeiras, propiciam ou afugentam maus destinos. Mesmo o
fetichista, que a uma pedra ou a uma árvore chama de um deus, mostra que já tem
a idéia de Deus" (Strong, Systematic Theology, pág. 31). "A
existência de Deus e a vida futura são em toda a parte reconhecidas na
África" (Livingstone).
Os homens sentem
instintivamente a existência de Deus. Por que, então, alguns a negam? É por causa
de falta de evidência? Não, é somente por não lhes agradar este sentimento. Ele
os perturba na sua vida pecaminosa. Portanto, conjuram argumentos que
erradiquem o pensamento de Deus de suas mentes. Todo ateu e agnóstico lutam,
principalmente para convencer-se. Quando eles apresentam os seus argumentos a
outrem, é em parte por um desejo de prová-los e em parte em defesa própria,
nunca por um sentimento que suas idéias podem ser de qualquer auxílio a outros.
Um ateu é um homem que, por
amor ao pecado, entremeteu-se na sua mente e a trouxe a uma condição de guerra
com o seu coração em que a mente assalta o coração e tenta arrebatar dele o sentimento
de Deus. O coração contra-ataca e compele a mente a reter o pensamento de Deus.
Neste prélio a mente,
portanto, está constantemente procurando argumentos para usar como munição. Ao
passo que descobre esses argumentos, desfere-os contra o coração com o mais
alto barulho possível. Isto é porque o ateu gosta de expor seu pensamento. Está
em guerra consigo mesmo e ela lhe dá confiança quando ele ouve seus canhões
roncarem. Há evidências, contudo, de que a mente do ateu nunca está
inteiramente vitoriosa sobre o seu coração. Hume disse a um amigo quando
andavam numa noite estrelada: "Adão, há um Deus". Shelley, que foi
excluído de Oxford por escrever um panfleto sobre a "Necessidade de
Ateísmo", deliciou-se em pensar de um belo espírito intelectual permeando
o universo. Voltaire, diz-se, orou numa tempestade alpina e, ao morrer, disse:
"Ó Deus - se houver um Deus – tem misericórdia de mim". Portanto,
pode-se concluir com Calvino: "Os que julgam retamente concordarão sempre
em que há um senso indelével de divindade gravado sobre as mentes dos homens."
Antes de passar adiante, presume-se bom notar as fontes desta crença quase
universal na existência de Deus. Há duas fontes desta crença; a saber:
(1) A Tradição.
Cronologicamente, nossa
crença em Deus vem da tradição. Recebemos nossas primeiras idéias de Deus de
nossos pais. Não há dúvida que isto tem sido verdade de cada sucessiva geração
desde o princípio. Mas não basta a tradição para dar conta da aceitação quase
universal do fato da existência de Deus. O fato que somente uns poucos repelem
esta aceitação (é duvidoso que alguém sempre a rejeite completamente) mostra
que há uma confirmação íntima na crença tradicional da existência de Deus. Isto
aponta-nos à segunda fonte desta crença, que é:
(2) Intuição.
Logicamente, nossa crença em
Deus vem da intuição. Intuição é a percepção imediata da verdade sem um
processo cônscio de arrazoamento. Um fato ou verdade assim percebidos chama-se
uma intuição. Intuições são "primeiras verdades", sem as quais séria
impossível todo pensamento refletivo. Nossas mentes são constituídas de tal
modo a envolverem estas "verdades primárias" logo que se apresentem
as devidas ocasiões.
A. Prova que a crença quase
universal em Deus procede logicamente da intuição e não de arrazoamento.
(a) A grande maior dos homens
nunca tentou arrazoar o fato da existência de Deus, nem são capazes de
semelhante arrazoamento, que servisse para lhes fortificar a crença na
existência de Deus.
(b) A energia da crença dos
homens na existência de Deus não existe em proporção ao desenvolvimento da
faculdade raciocinante, como seria o caso se essa crença fosse primariamente o
resultado de arrazoamento.
(c) A razão não pode demonstrar cabalmente o
fato da existência de Deus. Em todo o nosso arrazoamento sobre a existência de
Deus devemos começar com admissões intuitivas que não podemos demonstrar.
Assim, quando os homens aceitam o fato da existência de Deus, aceitam mais do
que a exata razão os levaria a aceitarem.
B. A existência de Deus como
"Verdade Primária".
(a) Definição. "Uma
verdade primária é um conhecimento que, conquanto desenvolvido em ocasiões de
observação e reflexão, delas não se deriva, - um conhecimento, pelo contrário,
que tem tal prioridade lógica que deve ser assumido ou suposto para se fazer
qualquer observação e reflexão possíveis. Semelhantes verdades não são,
portanto, reconhecidas como primeiras em ordem de tempo; algumas delas assentam
um tanto tarde no crescimento da mente; pela grande maioria dos homens elas
nunca são conscienciosamente formuladas, de modo algum. Contudo, elas
constituem a presunção necessária sobre a qual descansa todo outro
conhecimento, tendo a mente não só a capacidade inata de envolvê-las logo que
se apresentem as devidas ocasiões se não também o reconhecimento delas como
inevitável logo que a mente principia a dar a si mesma conta de seu próprio
conhecimento" (Strong, Systematic Theology, pág. 30).
(b) Prova. "Os processos
do pensamento reflexivo implicam que o universo está fundado na razão e é a
expressão dela" (Harris, Philosophic Basic of Theism). "A indução
descansa sobre a presunção, como ela exige para seu fundamento, que existe uma
divindade pessoal e pensante... Ela não tem sentido ou valía a menos que
assumamos estar o universo constituído de tal modo que pressuponha um
originador absoluto e incondicional de suas forças e leis... Analisamos os diversos
processos do conhecimento nos seus dados sotopostos e achamos que o dado que se
sotopõe a eles todos é o de uma inteligência auto-existente" (Porter,
Human Intellect). "A razão pensa em Deus como existente e ela não séria
razão se não pensasse em Deus como existente" (Dorner, Glaubenslehre). É
por esta razão que Deus disse na Sua Palavra: "Disse o tolo no seu coração:
Não há Deus" (Salmo 14:1). Só um tolo negará a existência de Deus. Alguns
tolos tais são educados; alguns sem letra, mas, não obstante, são tolos, porque
não tem conhecimento ou ao menos não reconhecem nem mesmo o princípio da
sabedoria, o temor do Senhor. Veja Provérbios 1:7.
II. A existência de Deus não
é demonstrável matematicamente, contudo, é mais certa do que qualquer conclusão
da razão.
1. A EXISTÊNCIA DE DEUS NÃO É DEMONSTRÁVEL
MATEMÁTICAMENTE.
"Nem pretendi que a
existência, ainda a deste Ser, pode ser demonstrada como demonstramos as verdades
abstratas da ciência" (Diman, Theistic Argument, pág. 363). Strong cita
Andrew Fuller como questionando "se a argumentação a favor da existência
de Deus não tem mais cépticos do que crentes"; e então acrescenta:
"Tanto quanto isto é verdade, devido é a uma saciedade de argumentos e à
noção exagerada do que se pode esperar deles" (Systematic Theology, pág.
40).
2. A EXISTÊNCIA DE DEUS, CONTUDO, É MAIS CERTA
DO QUE QUALQUER CONCLUSÃO DA RAZÃO.
Leia o estudante novamente as
citações dadas apara mostrar que a existência de Deus é uma "verdade
primária", uma verdade que está assumida por todos no processo da razão,
"O que nega a existência de Deus deve assumir, tacitamente, essa
existência no seu próprio argumento, por empregar processos lógicos cuja
validade descansa sobre o ato da existência de Deus" (Strong, Systematic
Theology, pág. 33). É uma verdade axiomática que aquilo que é o fundamento de
toda a razão é mais certo do que qualquer conclusão da razão. "Não podemos
provar que Deus é, mas podemos mostrar que, em face de qualquer conhecimento,
pensamento, razão do homem, deve o homem assumir que Deus é" (Strong,
Systematic Theology, pág. 34).
3. A EXISTÊNCIA DE DEUS NÃO É
O ÚNICO FATO QUE NÃO PODE SERDEMONSTRADO MATEMATICAMENTE.
Nenhum homem pode demonstrar
a existência do tempo, do espaço, ou a realidade da matéria por um processo
estritamente lógico. Não se pode demonstra nem a realidade de sua própria existência.
Não podemos provar absolutamente que não é alucinação tudo quanto vemos, ouvimos
e sentimos. Todavia, nós nos sentimos certos sobre essas coisas e pouca gente
alguma vez pensou em discuti-las. Quem o faz é considerado um energúmeno. O
mesmo séria sempre verdade do que questionasse a existência de Deus. Um
agnóstico ou um ateu, para serem coerentes, teriam, de assumir a mesma atitude
para com toda a verdade cientifica como a que assume para com a existência de
Deus; porque todos os ramos da ciência devem confiar nas intuições da mente
como o fundamento de toda a observação.
"A gente mais irrazoável
do mundo é aquela que no sentido estreito depende unicamente da razão"
(Strong). "A crença em Deus não é a conclusão de uma demonstração, mas a
solução de um problema" (Strong); e esse problema é o problema da origem
do universo. "O universo, como um grande fato, requer uma explanação
racional e ... e a explanação que se pode possivelmente dar é essa fornecida na
concepção de um tal Ser (como Deus). Nesta conclusão a razão descansa e
recusa-se a descansar em qualquer outra" (Diman, Theistic Argument).
"Chegamos a uma crença científica na existência de Deus tanto como a
qualquer outra verdade humana possível.
Assumímo-la como uma hipótese
absolutamente necessária para dar conta do fenômeno do universo; então
evidência de todos os cantos começa a convergir sobre ela, até que, no processo
do tempo, o senso comum da humanidade, cultivado e iluminado pelo conhecimento
sempre crescente, pronuncia-se sobre a validade da hipótese com uma voz
escassamente menos decidida e universal do que ele o faz no caso de nossas mais
elevadas convicções científicas" (Morell, Philosiphic Fragments). Logo,
podemos dizer: "Deus é o fato mais certo do conhecimento objetivo"
(Bowne, Metaphysics).
III. A existência de Deus,
portanto, pode ser tomada por concedida e proclamada ousadamente.
Os fatos precitados deveriam
fazer o pregador ousado na sua proclamação do fato da existência de Deus, não
temendo de proclamá-la confiadamente aos profanos. Estamos sobre terreno seguro
em proclamar esta verdade. Nenhum homem pode logradamente contrariar nossa
mensagem. Vezes há, talvez, quando o pregador no púlpito devera discutir as
evidências da existência de Deus; todavia, como uma coisa usual, ele deveria
assumi-la e declará-la como Moisés fez. E quando ele trata das evidências da
existência de Deus, não as sobrecarregue de modo a deixar a impressão que a
validade do fato da existência de Deus depende de uma rigorosa demonstração racional.
Um Estudo Sistemático de Doutrina Bíblica
Por: Thomas Paul Simmons