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segunda-feira, 7 de abril de 2014

OS MILAGRES REFORÇAM A AUTORIDADE DE MOISÉS

Então, na verdade tantos e tão insignes milagres que Moisés menciona são outros tantos endossos da lei por ele próprio outorgada e da doutrina por ele comunicada.
Ora, visto que foi ele conduzido ao monte em uma nuvem; que aí esteve segregado do convívio humano até o quadragésimo dia [Ex 24.18]; que na própria promulgação da lei a face lhe brilhava como se com raios solares [Ex 34.29]; que, de todos os lados, relâmpagos refulgiam; trovões e estrondos se faziam ouvir por todo o ar; até uma trombeta ressoava soprada por nenhuma boca humana [Ex 19.16]; que a entrada do tabernáculo se mantinha vedada à vista do povo, mercê da nuvem que se lhe antepunha [Ex 40.34]; que, pelo horrendo fim de Coré, Datã e Abirão, e de toda a ímpia facção, a autoridade lhe foi tão mirifacamente vindicada [Nm 16.1-35];
que a rocha golpeada pela vara de pronto lançou de si um rio [Nm 20.10, 11; Ex 17.6; 1Co 10.4]; que, ante sua oração, o maná choveu do céu [Nm 11.9; Ex 16.13; 1Co 10.3] – porventura Deus não estava a recomendar do céu precisamente a este homem como seu indubitável Profeta?
Se porventura alguém objeta dizendo que estou assumindo como fatos admidos coisas que não são passíveis de controvérsia, é fácil a solução para esta cavilação.
Ora, uma vez que Moisés proclamou todas essas coisas perante a congregação, que ocasião houve para simulação diante das próprias testemunhas oculares dos eventos que ele realiza? Isto é, Moisés ter-se-ia apresentado no meio deles e, acusando o povo de infidelidade, contumácia, ingratidão e de outros atos incrimináveis, teria se vangloriado de que a doutrina lhe fora autenticada sob seus próprios olhos, por esses milagres que eles mesmos jamais haviam contemplado!

As Institutas de João Calvino