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domingo, 29 de setembro de 2019

Tentação e mortificação do pecado


O Novo Testamento nos dá, indubitavelmente, ensinos claros sobre a liberdade que os cristãos têm em Cristo. Infelizmente, não é difícil alguns perverterem esse ensino. 
Lenta e deliberadamente as salvaguardas da santa lei de Deus são removidas e a liberdade cristã se transforma em licença para pecar. 

Se os cristãos percebessem logo no início do ensino par onde a falsa interpretação os estaria levando, provavelmente eles se voltariam dela horrorizados. Pode bem ser que muitos desses ensinadores, eles mesmos, não saibam para onde seus ensinamentos os estão conduzindo. A princípio o desvio da verdade parece ser pequeno e insignificante. 

Sem se aperceberem, tais ensinadores e seus seguidores se afastam mais e mais da verdade, até que se constate que “mudaram a verdade de Deus em mentira” (Rm 1.25). Em tempos de crescente impiedade, o padrão da piedade do povo de Deus decairá. Este declínio começará com alguns cristãos que se tornarão relaxados, mundanos, sendo negligentes com seus deveres cristãos. Estes cristãos questionarão os velhos caminhos e se sentirão a vontade para seguir seus desejos pecaminosos. 

Inicialmente, outros cristãos os condenarão e, talvez, até mesmo os repreendam. Depois de algum tempo, porém, maior número de cristãos se acomodará ao exemplo destes poucos cristãos. Não vai demorar muito para que seja difícil encontrar alguém que realmente seja piedoso. Este princípio, o de que “um pouco de fermento leveda a massa toda” (1Co 5.6; Gl 5.9), precisa ser levado a sério. Com apenas uns poucos cristãos influentes prosseguindo em seu declínio espiritual e justificando-se diante dos outros, logo uma multidão seguirá o exemplo deles. 

É mais fácil seguir a multidão para praticar o mal do que se colocar firme do lado daquilo que é certo. O mesmo princípio se evidencia na questão do ensino falso. Você não mortificará nenhum pecado a não ser que, sincera e diligentemente, busque lidar com todo pecado. Para colocar isto de modo bem simples, ao cristão não é dada a opção de decidir qual é o pecado na sua vida que precisa ser mortificado. Se o cristão não estiver comprometido com a mortificação de cada um e de todos os pecados na sua vida, não alcançará sucesso na mortificação de um único pecado. 

Permitam-me explicar o que quero dizer de um modo ainda mais completo. Um cristão é provado por um desejo pecaminoso. Este desejo pecaminoso (pense naquele que melhor se aplica a você) perturba o cristão. Está sempre derrotando-o e rodeando-o de modo que ele aspira por uma libertação completa. Não apenas isso, ele luta, na verdade, contra esse pecado, ora e lamenta quando é derrotado por ele. Ao mesmo tempo, contudo, há outros deveres da vida cristã que ele não leva muito a sério. Pode passar dias sem desfrutar de verdadeira comunhão com Deus. Pode ler sua Bíblia de um modo casual, negligenciando a meditação na Palavra de Deus e gasta pouco ou nenhum tempo em oração. 

Estes deveres negligenciados ou executados de modo indiferente na sua vida cristã são pecados (pecados de omissão), mas não o perturbam como o pecado do qual deseja ser liberto. Bem, o ponto que estamos procurando enfatizar é que o cristão não deve esperar obter libertação do pecado que o perturba enquanto não começar a tratar os outros pecados com a mesma seriedade. Quem quiser mortificar qualquer forma perturbadora de lascívia na sua vida, de modo completo e aceitável, deve cuidar de ser igualmente diligente na obediência a todos os deveres aos quais Deus o chama. Deve, também, saber que todo desejo pecaminoso, toda omissão no cumprimento do dever, entristece a Deus. 

Enquanto houver um coração enganoso, que esteja preparado para negligenciar a necessidade de lutar pela obediência em cada área, haverá uma alma fraca que não está permitindo que a fé execute toda sua obra. Qualquer alma que se encontre numa condição tal de fraqueza, não tem o direito de esperar o sucesso na obra da mortificação. Por que as coisas são assim? Há duas razões. Em Primeiro lugar, esta tentativa de alcançar uma mortificação parcial se baseia num raciocínio falso. Sem ódio ao pecado como pecado (e não apenas ódio das suas conseqüências perturbadoras) e um sentimento do amor de Cristo na cruz, não pode haver a verdadeira mortificação espiritual. Ora, esta tentativa de mortificação não evidencia estar sendo motivada pelo ódio ao pecado como pecado e a um reconhecimento do amor de Cristo na cruz. 

Antes, o motivo é tão-somente o amor próprio. Certo pecado em particular perturba a paz desta pessoa e o seu bem-estar, e  então ela luta contra este pecado simplesmente para obter novamente a paz e o bem-estar. A esta pessoa, um pastor fiel precisaria dizer: Amigo, você tem negligenciado a oração e a leitura da Bíblia. Você tem sido descuidado quanto ao exemplo de vida que dá aos outros. Estas coisas são tão pecaminosas e más como o pecado que você está procurando vencer. Jesus derramou Seu sangue por esses pecados também. Por que você não se esforçou para vencê-los? Se você realmente odiasse o pecado, você seria tão vigilante em relação a tudo que entristece e perturba o Espírito Santo como está sendo em relação a este pecado que perturba sua alma. 

Acaso você não percebe que sua batalha contra o pecado se volta tão somente para a busca da sua paz e do seu bem-estar? Pensa que pode contar com a ajuda do Espírito Santo para livrá-lo do pecado que lhe perturba quando não demonstra nenhuma preocupação em lidar com outros pecados que O entristecem tanto quanto esse que perturba você? O que quer que possamos pensar, a obra da mortificação que Deus requer é um comprometimento total com a mortificação de todo pecado. Se um cristão sinceramente pretende fazer o que Deus requer, pode contar com a ajuda do Seu Espírito. Se o cristão está apenas interessado em fazer sua própria obra (ou seja, simplesmente mortificar o pecado que o perturba) Deus o entregará a lutar pela sua própria força. 

O mandamento é: "purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus" (2 Cor. 7:1). Se fizermos alguma coisa, é mister que tentemos fazer todas as coisas. Leitor, você precisa deixar que estas e outras considerações semelhantes o levem a uma clara consciência da culpa pelo desejo pecaminoso que habita em você. Não subestime nem procure desvencilhar-se da sua culpa nisto, ou seu desejo pecaminoso se fortalecerá e prevalecerá sem que você o perceba. Nossa atenção deve se voltar para a dependência do cristão na obra do Espírito Santo na execução do seu dever de mortificar o pecado. A verdade que procuro enfatizar pode ser resumida como se segue: Só o Espírito Santo é competente para fazer esta obra. 

Os métodos e os meios nada podem alcançar sem a Sua ajuda. O Espírito Santo atua no cristão como Lhe apraz, para dirigi-lo e revesti-lo de poder nesta obra. Muitos remédios têm sido sugeridos; alguns deles bem conhecidos, mas que não curam ninguém. O ensino mais desenvolvido do catolicismo romano está envolvido com meios e métodos errôneos de mortificar o pecado. Este envolvimento se expressa por se vestir de panos de saco, fazer votos, jejuar, praticar penitências, etc. Todas essas coisas supostamente mortificam o pecado, mas elas não o fazem. 

Infelizmente, tais ideias sobre a mortificação não estão restritas à igreja católica romana. Há certos chamados protestantes, que deveriam saber melhor e que deveriam ter uma compreensão melhor do evangelho, os quais não procedem de modo melhor que os católicos romanos. Dedicam-se, meramente, a guardar a lei de Deus de um modo que os leve ao orgulho, sem referência a Cristo ou ao Seu Espírito. Tais supostos meios e métodos de mortificar o pecado demonstram uma profunda falta de conhecimento do poder de Deus e do mistério do evangelho. Agirmos em consonância com este chamado de Jesus é o único caminho que Deus deu para nos preservar de entrar na tentação e cair no pecado. Negligenciar este recurso significa queda na certa. 

Não se engane pensando que isso não pode acontecer com você. É possível que você já seja um discípulo experimentado, que odeie vigorosamente o pecado e pense que é impossível que venha a ser seduzido a praticar certo pecado. Não se esqueça, contudo, de que aquele que pensa estar de pé (quem quer que seja), deve tomar cuidado para que não caia. Você pode ter recebido muita graça no passado; você pode ter desfrutado de maravilhosas experiências; você pode ter tomado muitas decisões de permanecer firme. Nenhuma delas o guardará de cair a não ser que vigie em oração. "O que, porém, vos digo", diz Cristo, "digo a todos: vigiai!" (Mar. 13:37). 

Pode ser que apesar do seu descuido no passado, o Senhor o tenha preservado de entrar em tentação. Se for esse o seu caso, não presuma que o Senhor sempre manifestará Sua bondade. Acorde, seja agradecido por Sua ternura e paciência, e comece a vigiar antes que seja muito tarde. Se não desempenhar este dever, será tentado de uma maneira ou de outra, a praticar iniquidades carnais ou espirituais. Você será maculado. Quem sabe dizer quais serão as conseqüências? Lembre-se de Pedro! Lembre-se de Judas! 2 João, pregou a necessidade imediata de conversão e arrependimento (Mateus 3:8). 

O ministério de Cristo foi o mesmo. Ele disse: "Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?" (Mat. 7:16). As árvores só podem produzir segundo sua espécie e desse modo Cristo nos diz: "Fazei a árvore boa e o seu fruto (será) bom" (Mat. 12:33). Noutras palavras, a raiz é que precisa ser tratada. A natureza da árvore precisa ser mudada ou é impossível que a árvore produza bom fruto. Este fato é tão básico, todavia tão importante, que precisamos gastar mais algum tempo considerando alguns perigos que resultam de o negligenciarmos ou de o ignorarmos. 

Primeiro, o perigo de nos desviarmos do dever primário. Quando este fato básico é ignorado ou negligenciado há o perigo de que a mente e a alma de uma pessoa se tornem por demais preocupadas com um dever que não lhes diz respeito propriamente. O dever primário de uma pessoa é se arrepender e crer no evangelho. Enquanto isto não for feito, nenhum outro dever terá qualquer valor real. Uma pessoa pode despender todos os seus esforços tentando mortificar o pecado quando, na realidade, deveria estar concentrando os seus esforços para obter uma fé salvadora em Cristo. Em segundo lugar, perigo do auto-engano. O dever da mortificação é, em si mesmo, uma boa coisa, desde que seja efetuado somente por aqueles que têm uma fé salvadora em Cristo. O perigo é que a pessoa pode aplicar-se ao cumprimento deste dever e presumir que devido agir desta maneira, deve estar agradando a Deus.

Em vez de ir ao Grande Médico das almas para buscar cura mediante Sua morte na cruz, uma pessoa pode se ocupar procurando curar-se a si mesmo através da mortificação. "Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá a sua chaga, subiu Efraim à Assíria e se dirigiu ao rei principal (Jarebe), que o acudisse" (Os. 5:13) e, desse modo Judá e Efraim se privaram da cura que Deus poderia lhes ter dado. Visto que o dever da mortificação parece demonstrar muita evidência de sinceridade de sua parte, a pessoa pode ser endurecida por ele numa espécie de justiça própria e pode pensar que seu estado é bom. Em terceiro, o perigo de estar desiludido pela falta de sucesso. 

Um incrédulo pode esforçar-se neste dever e tão-somente para enganar-se. Mais cedo ou mais tarde ele descobrirá que seu pecado não está sendo mortificado e que ele está mudando de um tipo de pecado para outro. Então ele se desesperará, julgando que nunca terá sucesso e consequentemente entregar-se-á ao poder do pecado. Ás vezes Deus usa um desejo pecaminoso forte e que não foi mortificado num cristão como um meio de discipliná-lo. Quando um cristão fica morno (Apoc.3:16) e descuidado no seu andar com Deus, Ele, às vezes, permite que um desejo pecaminoso cresça, fique forte no seu coração, para que se torne numa chaga e num fardo para ele. Esta pode ser uma das maneiras de Deus disciplinar um cristão por sua desobediência, ou pelo menos despertálo para que atente para seus caminhos e seja chamado a uma mortificação total do pecado.

Quando um cristão é atormentado por certo desejo pecaminoso que é tão forte que ele mal sabe como lidar com ele e controlá-lo, isto é geralmente o resultado de um andar descuidado com Deus ou de uma atitude de não levar a sério as advertências das Escrituras. Às vezes Deus usa a chaga de certo desejo pecaminoso em particular para evitar ou curar algum outro mal. Foi esse o propósito de Deus ao permitir que um mensageiro de satanás perturbasse Paulo, impedindo dessa maneira que "ele se ensoberbecesse com a grandeza das revelações" que havia recebido (2Cor12:7). De igual maneira, pode ser que o Senhor tenha deixado que Pedro O negasse, como um meio de corrigir a exagerada confiança de Pedro em si mesmo. 

Se quisermos mortificar o pecado, precisamos perceber plenamente que ele procurará prejudicar nossa percepção da culpa envolvida nele. Precisaremos, então, fixar uma compreensão correta dessa culpa em nossas mentes. Há duas coisas que devemos ter em mente que nos ajudarão nesse sentido. Em primeiro lugar, o pecado de um cristão é muito mais grave que o de um incrédulo. A graça de Deus que está agindo no cristão enfraquecerá o poder do pecado que não é mais seu mestre como, infelizmente, continua sendo dos incrédulos (Rom. 6:14,16). Ao mesmo tempo, contudo, a culpa do pecado num cristão é pior pelo fato de que o cristão peca contra a graça! "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum.

Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?" (Rom. 6:1,2). Neste texto a ênfase está na palavra "nós" (subentendida). Como é que nós faremos isso? Sem dúvida somos piores do que qualquer outro se praticarmos o pecado. Pecamos contra o amor de Deus. Pecamos contra a misericórdia de Deus. Pecamos a despeito da promessa de ajuda para derrotarmos o pecado. Muito mais  poderia ser dito, todavia deixem que essa consideração final fique gravada nas suas mentes. No coração de cada cristão há muito mais mal e culpa no pecado que permanece lá, do que haveria em uma igual medida de pecado num coração que não tem a graça de Deus. 

Pense em como é que Deus vê o seu pecado. Quando Deus contempla as aspirações por santidade que a graça tem produzido no coração de qualquer um dos Seus servos, Ele vê mais beleza e excelência nelas do que vê nas mais gloriosas obras dos homens destituídos da graça. Sim, Deus até mesmo vê mais beleza e excelência nestas aspirações internas, do que vê na maioria dos seus atos externos. Isso é porque há quase sempre uma maior mistura de pecado nas nossas ações exteriores do que nas aspirações e desejos por santidade de um coração com a graça de Deus. Por outro lado, Deus vê grande mal no desejo pecaminoso de um cristão. Ele vê maior mal nesse desejo pecaminoso, do que vê nos atos visíveis e notórios dos ímpios. 

Ele vê ainda maior mal nele do que vê em muitos pecados externos nos quais os santos possam cair. Por quê? E porque Deus vê que há mais disposição interna contra o pecado propriamente dito, e geralmente há mais humilhação pelo pecado. É por isso que Cristo trata da decadência espiritual nos Seus filhos, indo à raiz e expondo seu verdadeiro estado. "Eu conheço..." (Apoc. 3:15). Quando os discípulos não foram bem recebidos numa aldeia Samaritana, perguntaram ao Senhor se podiam invocar fogo do céu sobre os seus habitantes. O Senhor os repreendeu dizendo: "Vós não sabeis de que espírito sois" (Luc. 9: 51-56). Se tivessem sabido, poderiam se guardar contra ele. Davi nos diz (Sal. 18:23) que ele se guardou da iniquidade, isto é, do pecado ao qual ele estava mais inclinado. Cada um tem seu perfil individual de personalidade e de temperamento. 

Quanto mais conhecermos nossos pontos fracos e nossos pontos fortes, melhor poderemos guardar nossos corações. Precisamos, também, conhecer nossos desejos pecaminosos específicos; por exemplo cobiça, egoísmo, inveja, orgulho, ira, maldade, perversão sexual e assim por diante. Devemos considerar os pecados em particular que nos parecem atraentes; ou seja, aqueles nos quais caímos mais frequentemente. Precisamos conhecer nossas fraquezas espirituais; por exemplo dúvidas, timidez, insensibilidade, espírito crítico, etc. Saber quais são suas fraquezas não é suficiente. Você precisa estar ciente, também, das maneiras como a tentação tira vantagem dessas fraquezas. 

Há ocasiões em particular, há a companhia de certas pessoas, há empregos, lugares, etc, que tornam a tentação mais forte. Por exemplo: se uma pessoa tem certa fraqueza por falar mal da vida alheia, há certas pessoas e certos lugares que ela deveria evitar. Se alguém descobre que certas reportagens ou ilustrações num jornal lhe estimulam a ter pensamentos impuros, deve se precaver contra eles. Os exemplos que poderiam ser dados são infinitos, mas não há duas pessoas que tenham que evitar exatamente as mesmas coisas. Esta é uma das razões pela qual não devemos julgar a liberdade de outras pessoas. Cada pessoa precisa saber o que dará lugar à tentação na sua vida e fazer de tudo para evitar isso. Há muitas pessoas que podem andar num campo de grama cortada sem sofrer de febre do feno. 

A pessoa que sofre de febre do feno será sábia se evitar passar por esse campo. De igual modo cada um de nós precisa conhecer suas "alergias" peculiares, que lhe trazem tentação, e buscar evitá-las. Obviamente, não é possível evitar cada ocasião de tentação. Se formos sábios, procuraremos evitar todas as que pudermos. Quando o dever ou a providência nos levar a uma circunstância de tentação, precisaremos confiar em Deus para que nos guarde. Por causa da propensão ao mal presente na natureza humana, dvemos estar cientes do engodamento do pecado. Uma pessoa pode entrar em tentação sem estar ciente que um desejo pecaminoso está sendo provocado. 

Um exemplo disso é a situação em que o coração da pessoa começa a gostar da tentação, secretamente, e vai fazendo provisão para ela e lhe dá oportunidade, de diversas maneiras, para crescer sem, contudo, cometer um pecado óbvio. Esta é uma forma muito sutil de tentação. Um exemplo nos ajudará a detectá-la. Certa pessoa começa a ser conhecida como piedosa, sábia, entendida, etc. (coisas boas em si mesmas). As pessoas a elogiam por isso, e ela começa a gostar de ser tratada dessa maneira. Tanto o seu orgulho 4 como a sua ambição são afetados. Ela passa, então, a se esforçar para burilar os seus dons e as suas virtudes. Mas seus motivos são errados: ela está querendo que sua reputação aumente. Está entrando na tentação. 

Se não reconhecer e lidar com essa situação, essa sutil tentação logo a transformará numa escrava dos seus desejos pecaminosos de desejar uma boa reputação. Você Deseja Paz sem ter que Lutar? Este é outro sintoma perigoso do poder do desejo pecaminoso para corromper o coração do cristão. Neste caso, ele cativou o coração de tal maneira que este não deseja mais destruí-lo; mesmo assim, o coração quer gozar de paz. Este sintoma pode ser reconhecido de várias maneiras diferentes. Primeiro, um cristão é perturbado nos seus pensamentos por um desejo pecaminoso. Sua consciência fica perturbada e ele se sente infeliz. Em vez de resolver mortificar este desejo pecaminoso, o cristão busca no seu coração outras evidências de que é um cristão. 

Procedendo assim espera que a despeito de estar tendo um desejo pecaminoso que ele se recusa a mortificar, ele pode ter paz de coração porque sabe que é um cristão. Quando um sintoma como este pode ser reconhecido num cristão, esse cristão está numa condição espiritual perigosa. Segundo, como no primeiro exemplo, temos um cristão que está perturbado nos seus pensamentos por um desejo pecaminoso. Sua consciência está perturbada e ele se sente infeliz. Desta vez, ao invés de se decidir a mortificar este desejo pecaminoso o cristão procura remover seu mal-estar de alma suplicando a graça e a misericórdia de Deus. 

E como se o cristão (semelhantemente a Naamã adorando na casa de Rimon - veja 2 Reis 5:18) estivesse suplicando: "Em todas as outras vezes andarei com o Senhor, menos nesta. Nisto perdoe o Senhor a teu servo". Esse comportamento é muito inconsistente com a sinceridade cristã, e é geralmente uma forte evidência de que a pessoa que está se comportando dessa maneira seja um hipócrita. Há pouca dúvida, contudo, de que alguns dos filhos de Deus podem ser pegos por este engano pecaminoso. Toda lascívia (desejo mau) é um hábito depravado, que continuamente inclina o coração para o mal. Em Gênesis 6:5, temos uma descrição de um coração no qual o pecado não foi mortificado: "era continuamente mau todo desígnio do seu coração". 

Em todo homem não convertido, há um coração que não foi mortificado e que está cheio de uma variedade de desejos ímpios, e cada um desses desejos está continuamente clamando por satisfação. Concentrar-nos-emos apenas na mortificação de um desses desejos. Este desejo (pense no pecado que mais lhe atrai) é uma disposição forte, habitual, e profundamente enraizada, que inclina a vontade e os sentimentos para certo pecado em particular. Uma das grandes evidências de tal desejo mau é a tendência para se pensar nas diversas maneiras de gratificá-lo (veja Rom. 13:14). Este hábito pecaminoso (ou seja, a lascívia ou desejo mau) opera violentamente. "Fazem guerra contra a alma" (1 Ped. 2:11) e buscam tornar a pessoa um "prisioneiro da lei do pecado" (Rom. 7:23). 

Ora, a primeira coisa que a mortificação efetua é o enfraquecimento deste desejo mau, de modo que se torna cada vez menos violento nos seus esforços para provocar e seduzir a pecar (veja Tiago 1:14,15). A perspectiva se perde na vileza do pecado e na maravilha da graça de Deus. A tendência do pecado é sempre diminuir a seriedade do pecado. A verdade bíblica perde sua empunhadura na imaginação e é reduzida a simples conteúdo cognitivo. À medida que as sensibilidades espirituais são entorpecidas, o cristão perde aquele " prazer santo" que já foi motivo primeiro em sua vida. Quando as inclinações não estão firmemente direcionadas às coisas de Deus, a atração do pecado faz sua aparição na imaginação. À medida que o pecado é contemplado sem o correspondente senso de desgosto, ele capta a imaginação e a torna positivamente desejável. 

A imaginação "rola" o prazer do pecado, "tal qual o rolar da comida, feito pela língua, para agradar o paladar". A vontade consente ao que parece ser bom à mente e cria racionalizações pra justificar o pecado que está sendo contemplado. As emoções são alteradas e inflamadas pelas representações vívidas do prazer do pecado, enquanto as convicções da consciência são aliciadas. Se essa "corrente de engano" não for quebrada, ela conduzirá a atitudes e ações pecaminosas. Mais tarde, após o pecado residente ter criado um padrão de hábito, o ciclo pode ocorrer tão rapidamente que não haverá mais quaisquer consciência dos "estágios", do "conferenciar e do seduzir". Em lugar disso, o comportamento acontecerá rapidamente e com pouca advertência.  Notamos, mais uma vez, que há um processo se desenvolvendo. 

No início, dirigida pela voz da consciência, a razão se opõe a tentação. Tendo a tentação entrado na alma, constatamos que progressivamente a razão vai agindo a favor da tentação. Dentro de pouco tempo, a razão, que previamente não podia contemplar esse pecado, começa lentamente a pensar no prazer que o pecado trará. Passo a passo a razão é induzida para afugentar o temor e o medo do pecado. Finalmente, ela estará incentivando e justificando o próprio pecado que antes não podia sequer contemplar. É amedrontador considerar o poder da tentação em perverter o uso da razão, com vistas aos seus fins iníquos. Se uma pessoa é tentada, existem várias considerações que lhe poderiam trazer alívio, porém a tentação é tão forte que domina sua mente e sua imaginação. 

Ele é incapaz de se concentrar nas coisas que a libertaria. É como uma pessoa dominada por um problema. Há muitas maneiras de elaborar uma solução para o problema mas ela está tão preocupada com o problema que está cega para as possíveis soluções. Sempre que uma pessoa permite que seus desejos e suas emoções controlem o seu entendimento, ela deixará de pensar com clareza. Muitas vezes a tentação cativará de tal maneira seus desejos e suas emoções, que ela não mais será capaz de controlar a razão. Antes de um homem entrar numa tentação em particular, é possível perceber que certo curso de ação está errado. No entanto, quando a tentação chega nos seus desejos e nas suas emoções, ele já não mais pensa claramente. Logo estará pensando em maneiras de justificar ou desculpar suas ações pecaminosas. Não somos ignorantes quanto aos desígnios de Satanás, declara o apóstolo (2Co 2.11). 

Nem deveríamos ser ingênuos quanto às sutilezas da nossa carne. Quando Agague aparece alegremente dizendo: "Certamente, já se foi a amargura da morte" (1 Sm 15.32); quando quer ser amigo e declarar fim às hostilidades — é nessa hora é que devemos ser mais imperativos ainda, e atacá-lo, e despedaçálo cruelmente diante do Senhor. O pecado não é mortificado quando é simplesmente encoberto, interior, trocado por outro ou reprimido. Ele não é mortificado até que a consciência se tranqüilize. Por que é que “a hora da provação” é tão forte? Há dois poderes em ação quando somos tentados. Um é o poder da tentação que está fora de nós. O outro é o desejo pecaminoso do coração. 

Na “hora da provação” estes dois poderes se encontram e cada um deles fortalece o outro. Por causa da tentação nossos desejos pecaminosos são fortalecidos; devido eles serem assim fortalecidos, o poder da tentação para nos levar a cair fica ainda mais forte. Talvez a tentação o tenha surpreendido e o tenha apanhado nas suas ciladas. Se for esse o caso, o que é que pode ser feito para evitar que você seja completamente vencido e derrotado pela tentação? Em primeiro lugar, faça o que o apóstolo Paulo fez, suplique a Deus continuamente para que Deus a retire (2 Cor.l2:8). 

Se persistir nisto, ou Deus o libertará ou fará como fez com Paulo e lhe dará graça suficiente para que a resista e a vença. O cristão pode regozijar-se na prosperidade (Ecl. 7:14), mas nunca deve esquecer que a prosperidade traz perigos reais que precisam ser objeto de vigilância e oração. Pensemos por alguns momentos em alguns desses perigos. Na prosperidade nossa vida cristã corre o risco de perder sua realidade interior. Isso, como já observamos no capítulo seis, pode deixar a alma vulnerável a muitos tipos de tentações poderosas. Na prosperidade corremos o risco de nos satisfazermos e nos deleitarmos demais nos confortos desta vida. 

Tal satisfação e deleite já foi adequadamente descrita como "o veneno da alma". A prosperidade pode nos tornar duros e insensíveis na nossa vida cristã. Se não nos guardarmos contra isso, ela nos fará uma presa fácil do engano do pecado e propensos a cair nas ciladas de satanás. Em tempos de prosperidade seja grato a Deus mas esteja alerta aos seus perigos e se dedique a "vigiar e orar". O fracasso em proceder desta maneira tem levado muitos santos a caírem. A sabedoria exige que aprendamos de suas tristes experiências. Feliz é o homem que sempre teme, e que procede assim de modo especial nos tempos de prosperidade. Corra para Cristo. Corra para Ele pela fé, lembrando-se especialmente de que Ele sabe tudo sobre a tentação. Implore junto a Ele para que receba "misericórdia e ache graça para socorro em ocasião oportuna" (Heb. 4:16). 

Quando tentado e pronto para se entregar, quando desejar ajuda e sentir que ou você a recebe ou morre - enfoque sua fé no Cristo que também foi tentado. Lembre-se das tentações que O atacaram. Lembre-se que Ele venceu todas elas. Mais que isso, lembre-se de que foi por nós que Ele Se permitiu ser tentado, e que foi por nós que Ele venceu a tentação. Ao suplicar, tenha certeza de que Ele Se 6 compadecerá, e virá ajudá-lo. Lance-se aos Seus pés, torne sua situação conhecida dEle, permita que Ele saiba tudo, suplique Sua assistência, e isso não será em vão. Olhe confiantemente para Aquele que prometeu libertação. Pense na fidelidade de Deus. 

Deus prometeu que "não permitirá que sejais tentados além das vossas forças" (1 Cor. 10:13). Deus não pode falhar conosco! Lembre-se de todas as promessas que Deus deu, de nos ajudar e nos libertar, e considere-as. Tenha a certeza de que Deus dispõe de inúmeras maneiras, incluindo muitas que nós desconhecemos, de nos dar libertação. O pecado não é mortificado quando é meramente encoberto. Você pode ocultar o pecado da vista dos outros, mas isso não é o mesmo que mortificação. Se o pecado foi simplesmente embrulhado com hipocrisia, que vantagem há nisso? Se a consciência somente encobriu erros, estamos num estado muito mais perigoso que antes.

 "O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia" (Pv 28.13). Em relação ao pecado, você não fará a tarefa completa enquanto não o confessar e o deixar. O pecado não é mortificado quando é somente interior. Se você deixa a prática aparente de algum pecado e ainda continua a ruminar seus prazeres, cuidado. Você pode ter removido seu pecado para a privacidade da sua imaginação, onde ele se torna conhecido apenas de Deus e você. Porém o pecado não foi mortificado. Jesus censurou os fariseus exatamente por isso. Eles odiavam o assassinato mas toleravam o ódio. Abstinham-se da fornicação, mas perdiam-se em pensamentos sensuais. Jesus declarou que eram merecedores do inferno (Mt 5.22-28). 

O pecado não é mortificado quando é trocado por outro. Qual é a vantagem em trocar a concupiscência da carne pela concupiscência dos olhos? A concupiscência não foi mortificada, apenas mudou de forma. O puritano Thomas Fuller disse: " Alguns pensam que se tornaram mais piedosos porque trocaram a abundância e o prazer pela avareza". Se você ceder a essa tática, seu coração corre o perigo de ser endurecido pelo engano do pecado (Hb 3.13). Precisamos aprender a falar, freqüentemente, conosco mesmos lembrando-nos de coisas tais como: "Eu sou pobre e fraco; satanás é sutil, poderoso, ardiloso e está sempre de olho numa oportunidade adequada para me tentar. 

O mundo, especialmente quando satanás se vale dele como seu instrumento, é atraente, persistente e cheio de modos enganosos de me tentar. Minha própria natureza pecaminosa é forte e está sempre pronta para me trair na hora da tentação. Tudo ao meu redor é uma variedade provocadora de oportunidades adequadas para satisfazer meus desejos pecaminosos. Sou lento em perceber o que está acontecendo. Se for deixado sozinho serei presa fácil, antes mesmo que perceba. Só Deus pode me guardar de pecar. Preciso orar, com confiança, Aquele que é capaz de me guardar de entrar na tentação”. Perturbe sua consciência com a culpa de seu desejo mau. O que significa isso e como é que pode ser efetuado? Significa que você precisa fazer mais do que meramente reconhecer a culpa do seu desejo mau. Precisa perturbar sua consciência com a culpa do seu desejo mau em particular. 

Como é que pode fazer isso? Pensemos sobre duas maneiras gerais e duas específicas. Primeiro, exponha sua consciência à luz escrutinadora da lei de Deus. Ore pela obra do Espírito Santo, a qual produz convicção; que Ele use a lei de Deus para lhe convencer da magnitude da sua culpa. Que o terror da lei de Deus penetre na sua consciência. Pense em como Deus seria justo se punisse cada uma das suas transgressões de Sua lei. Não permita que seu coração enganoso argumente que a lei de Deus não pode condená-lo porque você "não está debaixo da lei, e, sim, da graça" (Rom. 6:14). Diga à sua consciência que enquanto um desejo mau que ainda não foi mortificado permanecer no seu coração, você não poderá ter uma certeza válida de que está livre do seu poder de condenação. 

Deus deu a lei para condenar o pecado onde quer que ele fosse encontrado. A lei de Deus foi dada para expor a culpa do pecado de um cristão tanto quanto do pecado de qualquer outra pessoa. A lei de Deus quer despertar  coração e do engano do pecado. Previna-se de pensar que a libertação da penalidade da lei de Deus significa que ela não mais deve dirigir sua vida ou expor seus pecados. Este é um erro perigoso que tem arruinado muitos cristãos professos. Se você se diz pertencer ao Senhor, recuse-se a pensar dessa maneira. Antes, procure persuadir sua consciência a ouvir cuidadosamente o que a lei de Deus diz sobre seus desejos pecaminosos e práticas  pecaminosas. Oh, se fizer isso, tremerá e se prostrará! Se realmente quer mortificar seus desejos pecaminosos, permita que a lei de Deus perturbe sua consciência até que esteja convencida da terrível culpa dos seus desejos pecaminosos. 

Não se satisfaça antes de poder dizer com o penitente Davi: " Eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim" (Sal. 51:3). Pense na infinita paciência de Deus e na Sua longanimidade para com você. Pense em quão facilmente Deus poderia tê-lo exposto à vergonha e à reprovação deste mundo. Contudo, na sua misericórdia, Ele tem ocultado seu pecado dos olhos do mundo e freqüentemente impedido que você pratique pecados públicos. Quão facilmente Deus poderia ter dado fim à sua vida pecaminosa e mandado você para o inferno. A despeito de toda Sua bondade para com você destas maneiras. Você tem continuamente permitido que seus desejos pecaminosos se manifestem. Quão freqüentemente você tem provocado a Deus recusando- se a fazer qualquer esforço, fazendo pouco esforço para mortificar seus desejos pecaminosos. Continuará provocando Deus e testando Sua paciência? Permita que o evangelho condene e mortifique seus desejos pecaminosos. 

Pense em tudo que deve ao evangelho. Diga a si mesmo: "Deus me tem mostrado tanta graça, amor e misericórdia e o que tenho eu feito? Tenho desprezado e pisado em Sua bondade para comigo. Seria dessa maneira que demonstro meu apreço pelo amor do Pai e pelo sangue do Seu Filho? Como poderia macular o coração que Cristo morreu para limpar, e no qual o bendito Espírito Santo veio habitar? O que posso dizer ao meu amado Senhor Jesus? Será minha comunhão com Ele de tão pouca importância que eu possa deixar meu coração se encher de desejos pecaminosos a tal ponto que quase não mais exista lugar para Ele? Como posso diariamente entristecer o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" (Ef. 4:30). Considere estas coisas cada dia e, com a ajuda do Espírito Santo, você se sentirá enojado com a maldade dos seus desejos pecaminosos e desejará mortificá-los. Pense nas vezes quando tem deliberadamente planejado como gratificar seus desejos pecaminosos e Deus graciosamente o impediu. 

Pense nas vezes quando se entregou tanto aos desejos pecaminosos que sua consciência o alarmou e lhe fez sentir temor de que Deus não mais tivesse misericórdia de você. Contudo, Deus já teve misericórdia de você e lhe tem trazido novamente ao arrependimento e à fé. Pense nas repetidas manifestações graciosas de Deus para com você. Pense em quão freqüentemente a misericórdia de Deus tem salvo você de ser endurecido pelo engano do pecado. Pense nas muitas ocasiões em que se deparou com frieza na sua vida espiritual; ocasiões nas quais seu prazer nos caminhos de Deus, na oração, na meditação na Palavra de Deus e na comunhão com o povo de Deus tem quase que desaparecido. Pense nas ocasiões quando de diversas maneiras tem se afastado de Deus e, contudo, Deus o tem resgatado e restaurado. 

Pense nas muitas maravilhosas manifestações da providência de Deus na sua vida. Pense nas provações que Ele transformou em bênçãos para você e nas provações das quais Ele o poupou. Pense em todas as maneiras como Deus o tem abençoado. Depois de todas estas manifestações da graça de Deus por você, poderia continuar a permitir que os desejos pecaminosos endureçam seu coração contra tal graça? Perturbe sua consciência com a ajuda de tais pensamentos, e não pare enquanto seu coração não estiver profundamente tocado pela sua culpa. Enquanto isso não se der, nunca fará esforços 
vigorosos para mortificar estes desejos pecaminosos. Algumas questões para auto-exame: 

1) Que benefícios você está auferindo da sua leitura das Escrituras? Está aproveitando tanto quanto costumava? Exteriormente, pessoas poderão não notar nenhuma diferença, mas seus devocionais estariam levando-o a experimentar maior comunhão com Deus? 2) Seu zelo se esfriou? Pode ser que ainda esteja praticando as mesmas obras de antes; porem, estaria seu coração aquecido pelo amor de Deus? Praticar essas obras ainda aquece espiritualmente seu coração, como o fazia no princípio? (Apoc. 2:2-4). 3) Você estaria se tornando negligente nos deveres da oração e de ouvir a Palavra de Deus? Talvez ainda esteja observando esses deveres; mas os cumpre com o mesmo entusiasmo e vigor de outrora? (veja Luc. 8:18; Rom. 12:12c). 8 4) Estaria se cansando da vida cristã? Se ainda mantém o mesmo ritmo, qual é o motivo para assim proceder? Acaso você deseja secretamente que não fosse um caminho tão estreito (2 Cor. 4:16-18; 5; 14,15)? 5) Seu amor e seu prazer junto com o povo de Deus estariam diminuindo ou esfriando? Seu amor por ele estaria se transformando de um amor fraternal para um amor carnal? 

Fundamenta-se nas coisas que você aprecia nele ou nos benefícios da sua amizade ao invés de ser na semelhança dele com Cristo (1 Tess. 4:9,10; 1 Ped. 1:22; 3:8)? Nas suas respostas a estas perguntas despontam razões que o levam a se preocupar? Nesse caso é hora de despertar da sonolência antes que caia numa tentação que o incapacitará espiritualmente para o resto da sua vida. É muito bom se o amor dos nossos corações é vivificado ao mesmo tempo em que os nossos entendimentos são iluminados. Mero conhecimento e falta de amor nos levam a uma formalidade vazia, mas p amor exagerado e falta de conhecimento levam à superstição.

Tentação e mortificação do pecado

John Owen