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terça-feira, 9 de junho de 2020

Os 400 anos de Silêncio de Deus



Certamente que com esse texto, se botar a mente para funcionar mais um pouco, você entenderá um pouco mais do por quê de tanta ganância entres os homens religiosos e não religiosos ainda no dias de hoje e do nascimento de Jesus, assim como da promessa de Sua volta.
Período Interbíblico
Etimologicamente, “interbíblico” quer dizer “entre a Bíblia”, ou “entre os dois Testamentos”. O livro do profeta Malaquias termina com a promessa do precursor do Messias.
“Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo da aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos”. Ml. 3:1.
Mt. 3:1 é o cumprimento fiel da profecia de Malaquias.

“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizia: ‘Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”.

No entanto, entre a profecia e seu cumprimento, transcorreram aproximadamente 400 anos. Esse período denominado “interbíblico”, caracteriza-se pela cessação da revelação bíblica, pelo silêncio profundo em que Deus permaneceu em relação ao seu povo, pois durante esse tempo, nenhum profeta se levantou em nome de Deus.

No silêncio desesperador desses 400 anos, o Senhor deixou que os esforços dos homens, na resolução dos problemas espirituais, falhassem; que a filosofia se esmigalhasse, que o poder material enfadasse as almas, que a imoralidade religiosa desiludisse a todos, mesmo os corações mais ímpios; que a corrupção crescesse, mostrando assim ao homem a inutilidade de tais sistemas e instituições.

Os judeus foram derrotados, levados ao cativeiro; sua nação foi destruída, seu Templo profanado e derrubado. Depois de duras provas, voltaram à Jerusalém, reedificaram a cidade, reconstruíram o Templo e prosseguiram sua história, cujo término se verificou na destruição de Jerusalém pelos Romanos.

O período interbíblico representa uma era tumultuosa, não apenas para o povo hebreu, mas para o mundo de então. Depois de inúmeros governos dos assírios e caldeus, veio o governo dos persas.

Quando Ciro assumiu o poder, lhe mostraram na Babilônia a escritura de Isaías 45, em que seu nome foi mencionado como o destinado a restaurar o povo de Israel. Admirado de ver seu nome registrado 200 anos antes de nascer, logo no primeiro ano de seu governo, deu ordem para que os cativos que desejassem voltassem à sua terra, devolveu os vasos de ouro que Nabucodonosor tinha levado e prometeu todas as medidas para facilitar a volta a Judá.

"Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão.
Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortuosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro.

Dar-te-ei os tesouros escondidos, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome.
Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito, eu te chamei pelo teu nome, pus o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses.
Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças; Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro.
Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.
Destilai, ó céus, dessas alturas, e as nuvens chovam justiça; abra-se a terra, e produza a salvação, e ao mesmo tempo frutifique a justiça; eu, o SENHOR, as criei.
Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?
Ai daquele que diz ao pai: Que é o que geras? E à mulher: Que dás tu à luz?
Assim diz o SENHOR, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos.
Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens.

Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e soltará os meus cativos, não por preço nem por presente, diz o SENHOR dos Exércitos.
Assim diz o SENHOR: O trabalho do Egito, e o comércio dos etíopes e dos sabeus, homens de alta estatura, passarão para ti, e serão teus; irão atrás de ti, virão em grilhões, e diante de ti se prostrarão; far-te-ão as suas súplicas, dizendo: Deveras Deus está em ti, e não há nenhum outro deus.
Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador.
Envergonhar-se-ão, e também se confundirão todos; cairão juntamente na afronta os que fabricam imagens.
Porém Israel é salvo pelo SENHOR, com uma eterna salvação; por isso não sereis envergonhados nem confundidos em toda a eternidade.
Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o SENHOR e não há outro.

Não falei em segredo, nem em lugar algum escuro da terra; não disse à descendência de Jacó: Buscai-me em vão; eu sou o SENHOR, que falo a justiça, e anuncio coisas retas.
Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.
Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos; quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim.
Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.
Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua.
De mim se dirá: Deveras no SENHOR há justiça e força; até ele virão, mas serão envergonhados todos os que se indignarem contra ele.
Mas no SENHOR será justificada, e se gloriará toda a descendência de Israel".



Embora o rei Ciro tenha autorizado os judeus a retornarem do exílio, o domínio Persa continuava sobre eles. Quando retornaram à Palestina, o povo judeu passou a ter um governo local exercido pelos sumo sacerdotes, onde eram comuns as disputas pelo poder.

O IMPÉRIO GREGO - 335 a 323 a.C.

Paralelamente ao Império Persa, crescia o poder de um rei macedônico, Felipe, o qual deu início a diversas conquistas na Ásia menor e ilhas do mar Egeu, anexando a Grécia ao seu domínio. Desejando expandir seu território, entrou em confronto com a Pérsia, o que lhe custou a vida. Foi sucedido por seu filho, Alexandre Magno, que também ficou conhecido como Alexandre, o Grande, o qual havia estudado com Aristóteles. A mitologia grega, com seus deuses e heróis, inspirou o novo conquistador.

Alexandre tinha 20 anos quando começou a governar. Com seu ímpeto imperialista, conquistou a Síria, a Palestina (332 a.C.) e o Egito. Dessa forma, o território israelense passou do domínio persa para o domínio grego.
Alexandre se dedicou a libertar algumas cidades gregas do domínio da Pérsia. Seu sucesso militar foi tão grande que conquistou a Pérsia, mas nessa batalha as tropas gregas tiveram de enfrentar um exército de elefantes. Alexandre venceu o combate, mas os elefantes foram motivo de grande desgaste para seus soldados. Ele se denominou então "Rei da Ásia" e passou a exigir para si o culto dos seus subordinados, de conformidade com as práticas babilônicas.

Em 327 a.C., em suas batalhas de conquista rumo ao Oriente, Alexandre encontrou outro exército de elefantes, fazendo com que seus soldados se recusassem prosseguir. Terminaram-se assim as conquistas de Alexandre Magno. Foi acometido pela malária, não resistiu à doença e morreu em 323 a.C. Após a sua morte, o Império Grego foi divido entre os seus generais, dentre os quais nos interessam Ptolomeu, a quem coube o governo do Egito, e Seleuco, que passou a governar a Síria.

O GOVERNO DOS PTOLOMEUS

Ptolomeu I (Sóter): A Palestina ficou sob o domínio do Egito. A princípio, Ptolomeu I (Sóter) tratou os judeus com certa severidade, mas ao conhecer sua história, atribuiu à ela seu valor cultural, moral e capacidade para o comércio. Nesse governo muitos judeus prosperaram, sua religião estaria a esse tempo bastante diluída, mas não tanto para o judaísmo.

- O sucessor de Sóter foi Ptolomeu II (Filadelfo), notável por seu espírito de justiça e pendor para as letras. Também soube tratar os judeus, dando-lhes honras e oportunidades. Acredita-se que foi no seu governo que as Escrituras Sagradas foram traduzidas do Hebraico para o Grego. A versão feita serviu para o mundo grego por muitos anos, incluindo os tempos de Jesus, quando a Bíblia do povo era a versão dos LXX. Devido a uma doença que tinha, morreu antes de terminar sua obra, tanto cultural como política.

Ptolomeu III (Evergetes), o filho de Filadelfo herdou um estado próspero e de grande futuro.

Ptolomeu IV (Filopator), o filho de Evergetes passou a governar após a morte do pai. Encontrou um estado com grande prestígio, graças às vitórias de seu pai. Ao voltar de uma batalha contra a Síria, Filópater visitou Jerusalém e tentou entrar no Santo dos Santos (Templo), mas os judeus o enfrentaram aos gritos e no meio de uma tremenda perturbação, desistiu de seu propósito. A partir disso, a sorte dos judeus no Egito mudou, Filópater se tronou um grande perseguidor dos judeus.

- Quando Filópater morreu, seu filho Ptolomeu V (Epífanes) só tinha cinco anos, portanto, incapaz de impor obstáculos às pretensões dos sírios. Aproveitando-se disso, Antíoco, o Grande, rei da Síria, invadiu a Palestina. Soberbo com as vitórias obtidas, pretendeu invadir o Egito, mas os romanos advertiram-no para que não tentasse a invasão. Desafiando mesmo assim os romanos, acabou sendo vencido. Pouco depois os romanos tomaram o Egito, encerrando o domínio ptolemaico.

O GOVERNO DOS SELÊUCIDAS

Os reis da Síria, descendentes do general Seleuco, foram chamados Selêucidas. De 204 a 166 a.C., a Palestina esteve sob o domínio da Síria.

Antíoco I – Não registrou qualquer história que o celebrizassem.

Antíoco II (Théos) – Durante os 26 anos de seu governo houve paz entre os selêucidas e os egípcios.

Antíoco III (O Grande) – Organizou um grande exército e à sua frente entrou em Jerusalém, que o recebeu como libertador, em vista dos maus tratos dados pelos últimos ptolomeus.

Antíoco IV (Epifanes) - Em Israel, o governo local era exercido por Onias, o sumo sacerdote. Contudo, Epifânio comercializou o cargo sacerdotal, vendendo-o a Jasão por 360 talentos. Epifânio se esforçou para impor a cultura e a religião grega em Israel, atraindo sobre si a inimizade dos judeus. Ao divulgar boatos de sua morte, os judeus realizaram uma grande festa, ao tomar conhecimento do fato, o rei da Síria promoveu um grande massacre, matando 40 mil judeus. Antíoco Epifânio sacrificou uma porca sobre o altar em Jerusalém e entrou no Santo dos Santos. Ordenou que o templo dos judeus fosse dedicado a Zeus, o principal deus da mitologia grega, ao mesmo tempo em que proibiu os sacrifícios judaicos, os cultos, a circuncisão e a observância da lei mosaica. Segue-se então um período em que não houve sumo sacerdote em atividade em Jerusalém. Realiza-se então um processo de helenização radical na Palestina. Vendo todos os seus valores nacionais sendo destruídos e profanados, os judeus reagiram contra Epifânio.

O GOVERNO DOS MACABEUS - 167 a 37 a.C.

Matatias - Surge no cenário judaico uma importante família da tribo de Levi: os Macabeus. Em 167 a.C., o macabeu Matatias se recusa a oferecer sacrifício a Zeus, dizendo que, ainda que os judeus abandonassem a Deus, ele e os seus jamais o fariam. Quando um judeu herege se aproximou para sacrificar a Zeus, a ira de acendeu na alma do sacerdote, que acabou por matar o judeu e destruiu o altar de Zeus e tudo o que significava culto sacrílego e fugiu para as montanhas. Os judeus, reconhecendo em Matatias um líder valoroso, uniram-se a ele e juntos ofereceram resistência contra os selêucidas. Tal movimento ficou conhecido como a Revolta dos Macabeus. A Palestina continuou sob o domínio da Síria. Contudo, a Judéia voltou a possuir um governo local, exercido pelos Macabeus. Ainda não se tratava de independência, mas já havia alguma autonomia.

- Dentro de poucos meses Matatias morreu e foi sucedido por seu filho Judas – Judas purificou o templo, conquistou liberdade religiosa, restabeleceu o culto.

Jônatas (filho de Matatias) – Reinicia a atividade de sumo sacerdote.

Simão (filho de Matatias) - Reforça o exército e consegue isenção de impostos. Nesse momento a Síria se encontrava fraca, e a Judéia se torna independente. A independência durou entre 142 e 63 a.C.. Simão foi sumo sacerdote e rei da Judéia. Pediu apoio de Roma contra a Síria.

João Hircano (filho de Simão) – Tinha tendência imperialista. Conquistou a Iduméia e Samaria. Destruiu o templo samaritano e sofreu oposição dos "hassidim", seita dos "santos".

Aristóbulo I – Prendeu a mãe e matou o irmão.

Alexandre Janeu - Conquistou costas da Palestina – O território de Israel chegou a ter extensão semelhante à que tinha nos dias do rei Davi. Janeu sofreu a oposição dos fariseus.

Alexandra Salomé (esposa de Alexandre) – Foi uma governante pacífica.

Aristóbulo II - Briga pelo poder com seu irmão, Hircano II. Em 63 a.C., Aristóbulo provoca Roma. Pompeu invade Jerusalém, deporta Aristóbulo e coloca Hircano II no poder.

Hircano II - Em Roma, o governo é exercido por Pompeu, Crasso e Júlio César, formando o primeiro Triunvirato. O três brigam entre si pelo poder. Júlio César vence e torna-se Imperador Romano. Em seguida, nomeia Antípatro, idumeu, como procurador sob as ordens de Hircano. Faselo e Herodes, filhos de Antípatro, são nomeados governadores da Judéia e Galiléia. Um ano depois, Antípatro morre envenenado. Passados 3 anos, o Imperador Júlio César morre assassinado. Institui-se um novo triunvirato, formado por Otávio, sobrinho de César, Marco Antônio e Lépido. Marco Antônio e Herodes eram amigos. Herodes casa-se então com Mariana, neta de Hircano, vinculando-se assim à família dos macabeus. Na tentativa de tomar o poder, Antígono, filho de Aristóbulo II, corta as orelhas de Hircano II, impossibilitando-o de continuar a exercer o sumo sacerdócio.

Antígono - Uma de suas ações foi perseguir Herodes, o qual dirigiu-se a Roma, denunciou a desordem e foi nomeado rei da Judéia (37 d.C.). Antígono foi morto pelos romanos. Termina assim, a saga dos macabeus, cujo princípio foi brilhante nas lutas contra a Síria. Entretanto, foram muitas as disputas pelo poder dentro da própria família. Perderam então a grande oportunidade que os judeus tiveram de se tornarem uma nação livre e forte. Acabaram caindo sob o jugo de Roma.

O IMPÉRIO ROMANO

Sendo nomeado por Roma como rei da Judéia, Herodes passou a governar um grande território. Contudo, sua insegurança e medo de perder o poder o levaram a matar Aristóbulo, irmão de Mariana, por afogamento. Depois, matou a própria esposa e estrangulou os filhos. A violência de Herodes provocou a revolta dos judeus. Para apaziguá-los, o rei iniciou uma série de obras públicas, entre as quais a construção (reforma) do templo, que passou a ser conhecido como Templo de Herodes.

Tudo nos tempos de Herodes prosperou, porém seu reino foi marcado por tragédias familiares. Os judeus adotaram costumes gregos e romanos. No Monte Santo, para onde Davi levou a Arca, Herodes levantou teatro e anfiteatro, onde se realizavam jogos em honra do Imperador. Ali se multiplicaram os concursos dramáticos e musicais; corridas de carros e de cavalos; lutas sangrentas entre gladiadores, feras, atletismo... Diversas pessoas, opositores de Herodes, foram mortos, suas mãos estavam cobertas de sangue inocente.

Logo Herodes foi acometido por uma grave doença, e os remorsos dos crimes lhe minavam a alma. No ano 4, antes de nossa era, ele sucumbia, dominado por terrores mentais e sofrimentos físicos. Já nas vésperas de sua morte, a Judeia foi visitada por três personagens vindos do Oriente para adorar um menino que havia nascido rei dos judeus.

CONCLUSÃO

O Período Interbíblico é um dos menos conhecidos, apesar das suas muitas lições.
O fato das pessoas desconhecerem ou conhecerem pouco essa parte da história dos judeus se deve ao fato de que nossa Bíblia não fala nada a respeito.

Malaquias encerrou o ciclo profético e depois dele nada mais foi dito, então o período entre os dois Testamentos se silenciou, ficando perdido na história do povo eleito. Foi um período marcado pelo sonho de liberdade, onde alguns ousaram lutar por esse sonho, porém a ganância e a corrupção corromperam as principais virtudes do homem.

O Período Interbíblico foi preparatório para a chegada do Messias, pois está repleto de pecados e as pessoas clamavam por esperança, por salvação.