Abismos
sucessivos
Certa moça, apaixonada por um homem
casado, quer saber o que fazer. De fato, ela já sabe, mas vive o conflito entre
o desejo e o dever. Quem quer se lançar numa aventura como essa, deve olhar
para o fundo do abismo antes de pular. É um suicídio moral e espiritual. A
jovem vive a ilusão de constituir um lar com aquele homem. Entretanto, ele já
tem uma família constituída, com sua esposa e seu filho.
Vamos delinear um possível
desenvolvimento para essa história a partir do envolvimento extraconjugal. O
prazer da satisfação carnal virá acompanhado por outros elementos indesejáveis.
A nova união receberá o nome de adultério, ainda que se queira chamar de outra
coisa. Na seqüência, ficará estabelecida a bigamia, mesmo que provisória. Por
um descuido, a amante ficará grávida. Diante da complexidade da situação, será
realizado o aborto.
No dia em que o caso vier à tona, trará
a decepção para a esposa que, não conseguindo perdoar, pedirá o divórcio. Este
não será exatamente o fim do casamento. Ficarão as obrigações alimentares, as
visitas constrangedoras e a consciência ferida. O filho, também decepcionado,
crescerá sem a convivência assídua com o pai. Poderá, em função disso, ter
dificuldades em seus próprios relacionamentos e na futura constituição
familiar.
Existem situações ainda mais graves em
que o cônjuge traído resolve matar o traidor juntamente com a terceira pessoa
da história.
Embora nem todo adultério tenha
desfecho tão trágico, também é verdade que nenhum deles é capaz de produzir uma
linda história de amor.
O melhor a se fazer é escapar enquanto
é possível. “Livra-te como a gazela da mão do caçador, e como a ave da mão do
passarinheiro” (Pv.6.5).
A bíblia diz que “um abismo chama outro
abismo” (Salmo 42.7). Quando a pessoa estiver no meio da tragédia, tentará
compreender como chegou àquele ponto. Tudo começou com uma escolha pecaminosa.
A paixão pode ser muito forte, mas vai passar. Não se deixe levar por uma
emoção.
Quando Deus disse “Não adulterarás”,
ele não pretendia estabelecer uma prisão para o ser humano, mas queria apenas
protegê-lo de terríveis males. Os mandamentos do Senhor são como cercas à beira
do abismo. Eles não têm por objetivo a restrição da nossa liberdade, mas a
proteção das nossas almas e também dos nossos entes queridos.
Quando se escolhe o pecado, inicia-se a
queda. É um processo que leva o homem “de mal a pior” (II Tm.3.13). Onde será o
fundo desse abismo? O inferno. A pior conseqüência do pecado não é física,
emocional ou financeira. O ponto máximo de sua destruição é a condenação do
homem à eternidade de sofrimento, longe de Deus.
Entretanto, ainda existe esperança. Aos
que se encontram caídos nos abismos do pecado, o Senhor Jesus estende a mão.
Ele é o bom pastor que veio ao mundo em busca das ovelhas que se afastaram,
caindo nos penhascos da vida (João 10.14). O Senhor oferece perdão e
acolhimento para aqueles que pecaram. Contudo, não se deve usar o conhecimento
da sua misericórdia como permissão para o pecado. Muitos caem e não se levantam
mais. Muitos são mortos antes que possam pedir ajuda.
Se você pode ler esta mensagem, é
porque ainda não é tarde demais. Clame ao Senhor por misericórdia e perdão. Ele
pode fazer parar o processo da queda espiritual e firmar os seus passos.
Resolva voltar. Suba em direção a uma vida de honra na presença de Deus.
Prof.
Anísio Renato de Andrade