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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A SUPERIORIDADE REVELACIONAL DA BÍBLIA SOBRE A CRIAÇÃO



Por isso, o mesmo Profeta, onde trouxe à lembrança que a glória de Deus é proclamada pelos céus, que as obras de suas mãos são anunciadas pelo firmamento, que sua majestade é apregoada pela seqüência regular dos dias e das noites [Sl 19.1,2], em seguida desce à menção da Palavra: “A lei do Senhor” diz ele, “é sem defeito, reanimando as almas; o testemunho do Senhor é fiel, dando sabedoria aos pequeninos; os atos de justiça do Senhor são retos, alegrando os corações; o preceito do Senhor é límpido, iluminando os olhos” [Sl 19.7, 8]. Ora, embora ele inclua ainda outros usos da lei, contudo assinala, de modo geral, porquanto em vão Deus convida a si a todos os povos pela contemplação do céu e da terra, afirmando que esta é a escola especial dos filhos de Deus: a Escritura.
Idêntica é a perspectiva do Salmo 29, no qual o Profeta, após discursar a respeito da voz terrível de Deus, a qual sacode a terra com trovões, ventanias, chuvas, furacões e tempestades, faz tremer as montanhas, despedaça os cedros, contudo no final acrescenta que seus louvores são entoados no santuário, porquanto os incrédulos são surdos a todas as vozes de Deus que ressoam nos ares. De igual modo, assim ele conclui em outro dos Salmos, onde descreveu as ondas espantosas do mar: “Mui fiéis são teus testemunhos; a santidade convém a tua casa, para sempre” [Sl 93.5]
Daqui também promana aquilo que Cristo dizia à mulher samaritana [Jo 4.22]: que seu povo e todos os demais povos adoravam o que desconheciam; e que somente os judeus exibiam o culto verdadeiro de Deus.
Ora, já que, em razão de sua obtusidade, de modo algum a mente humana pode chegar a Deus, salvo se for assistida e sustentada por sua Santa Palavra, então todos os mortais – excetuados os judeus –visto que buscavam a Deus sem a Palavra, lhes foi inevitável que vagassem na futilidade e no erro.


João Calvino