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quarta-feira, 30 de maio de 2018

O Ministério dos Anjos a velarem de contínuo pela proteção dos Crentes


Aquilo, porém, que à nossa consolação e ao fortalecimento de nossa nos podia ser de particular relevância, sobremodo a Escritura insiste em ensinar isto, a saber, que os anjos são despenseiros e ministradores da divina beneficência para conosco. E por isso a Escritura indica que eles montam guarda por nossa segurança,
assumem nossa defesa, dirigem nossos caminhos, exercem solicitude para que não nos aconteça algo de adverso.
Universais em teor são afirmações como estas, que se aplicam, em primeiro plano, a Cristo, Cabeça da Igreja, depois a todos os fiéis: “A seus anjos deu ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos; nas mãos te susterão, para não tropeçares em alguma pedra” [Sl 91.11, 12]. De igual modo: “O Anjo do Senhor se posta ao redor daqueles que o temem e os livra” [Sl 34.7]. Com essas afirmações Deus evidencia que delega a seus anjos a proteção daqueles a quem houve por bem fossem guardados. Em conformidade com este princípio, o Anjo do Senhor consola a fugitiva Hagar e lhe ordena que se reconcilie com sua senhora (Gn
16.9). Abraão promete a seu servo que um anjo lhe haveria de ser o guia na jornada [Gn 24.7]. Jacó, na bênção de Efraim e Manassés [Gn 48.16], ora para que o Anjo do Senhor, através de quem fora isentado de todo mal, os faça prosperar. Assim, um anjo foi designado para proteger o acampamento do povo israelita [Ex 14.19; 23.20], e sempre que Deus quis redimir a Israel da mão dos inimigos, suscitou libertadores através do ministério dos anjos [Jz 2.1; 6.11; 13.9]. Assim, finalmente, e para que não se faça necessário mencionar mais exemplos, os anjos ministraram a Cristo [Mt 4.11] e lhe foram presentes em todas as angústias [Lc 22.43]; às mulheres anunciaram sua ressurreição; aos discípulos, sua gloriosa vinda [Mt 28.5; Lc 24.5; At 1.10].
E assim, para que desempenhem este encargo de nossa proteção, lutam contra o Diabo e todos os nossos inimigos, e executam a vingança de Deus contra aqueles que nos são inimigos. Assim lemos que para livrar Jerusalém do cerco o Anjo de Deus exterminou, em uma noite, a cento e oitenta e cinco mil no acampamento do rei da Assíria [2Rs 19.35; Is 37.36].

João Calvino