Total de visualizações de página

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

POSTERIORMENTE, A ORDENAÇÃO PASSOU A SER APANÁGIO DO METROPOLITANO, DEPOIS DO BISPO DE ROMA, COM CERTAS EXCEÇÕES, MAS SEMPRE MEDIANTE A IMPOSIÇÃO DE MÃOS

Como isto acontecesse por toda parte sem exceção, aos poucos implantou-se um costume diferente, a saber, que os eleitos recorressem à cidade metrópole para aí buscar sua ordenação, o que se deu mais por ambição e deterioração do velho instituto do que de alguma boa razão. Não muito depois, aumentada já a autoridade da sé romana, estabeleceu-se outro costume ainda pior, a saber, que daí os bispos de quase toda a Itália buscassem consagração, o que se pode observar das epístolas de Gregório. Apenas a umas poucas cidades, que não haviam cedido tão facilmente, fora conservado o direito antigo, como se tem exemplo na de Milão. Possivelmente, somente as metrópoles retiveram seu privilégio. Pois, a fim de consagrar o arcebispo, costumavam reunir-se todos os bispos provinciais na própria cidade principal. Com tudo isso, o rito era a imposição de mãos. Ora, não leio além dessas fossem aplicadas outras cerimônias, a não ser que na assembléia solene os bispos tinham algum ornato pelo qual se ditinguissem dos demais presbíteros. Também os bispos ordenavam aos presbíteros e aos diáconos só com a imposição de mãos, contudo cada bispo ordenava a seus presbíteros juntamente com o próprio colégio de presbítero. Mas, embora todos fizessem o mesmo, entretanto, porque o bispo presidia e a cerimônia era dirigida como que sob seus auspícios, por isso se dizia que a ordenação era sua. Do quê os antigos sustentavam freqüentemente que o bispo se diferia do presbítero, senão por não ter o poder de ordenar.

João Calvino