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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

ÀS IGREJAS DOS TEMPOS APOSTÓLICOS É TAMBÉM ASSEGURADO O PERDÃO MISERICORDIOSO DE DEUS

Que dizer ante o fato de que, por vezes, pecados gravíssimos se assenhorearam de igrejas inteiras, dos quais, entretanto, Paulo clementemente as poupou, em vez de votar-lhes as cabeças à execração? A defecção dos gálatas não era delito medíocre [Gl 1.6, 7; 3.1; 4.9]; os coríntios eram ainda menos escusáveis que eles, porque eram ricos em abominações ainda maiores; contudo, nem um, nem outro, é excluído da misericórdia do Senhor. Com efeito, aqueles mesmos que, mais do que outros se consentiram em impureza, em fornicação e em licenciosidade, são expressamente convivados ao arrependimento [2Co 12.21]. Ora, permanece e eternamente permanecerá a aliança inviolável do Senhor, a qual firmou solenemente com Cristo, o verdadeiro Salomão, e com seus membros, nestas palavras: “Se seus filhos abandonarem minha lei e em meus juízos não andarem, se minhas justiças profanarem, meus mandamentos não guardarem, visitarei suas iniqüidades com vara, seus pecados com açoites; minha misericórdia, porém, não afastarei dele” [Sl 89.30-33]. Finalmente, pela própria disposição dos artigos do Credo somos lembrados de que na Igreja de Cristo reside perpetuamente a graça do perdão dos delitos, porque, depois de haver constituído a Igreja, imediatamente se acrescenta a remissão dos pecados.

João Calvino