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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

DUPLA VOCAÇÃO MINISTERIAL: INTERIOR E EXTERIOR

A consideração desta matéria aborda quatro itens: que saibamos quais, como e por quem os ministros devem ser investidos e com que rito ou com que cerimônia devem ser instalados. Estou falando da vocação exterior e solene, que diz respeito à ordem público da Igreja. Contudo deixo fora de consideração aquela vocação que não tem a Igreja por testemunha. De fato ela é o bom testemunho de nosso coração, de que recebamos o ofício outorgado não por ambição, nem por avareza, nem por qualquer outra cobiça, mas por sincero temor de Deus e zelo pela edificação da Igreja. Certamente que isto é necessário a cada um de nós, como eu já disse, se queremos que Deus aprove nosso ministério. No entanto, perante a Igreja, não obstante, foi chamado devidamente aquele que atendeu a esse ministério em má consciência, contanto que sua iniqüidade não se manifeste. Costumam também dizer que foram chamadas para o ministério mesmo pessoas leigas que se revelam aptas e idôneas para exercê-lo, visto que, na verdade, a erudição associada à piedade e aos demais dotes do bom pastor lhe sejam uma como que preparação. Ora, aqueles que o Senhor destinou a tão grande ofício os equipa antes com essas armas que são requeridas para desempenhá-lo, de sorte que não venham a ele vazios e despreparados. Do quê também Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, como quisesse discutir acerca dos próprios ofícios, enumerou antes os dons em que devem exceler os que desempenhem os ofícios [1Co 12.7-11]. Mas, uma vez que este é o primeiro dos quatro tópicos que acima propus, avançamos para ele agora.

João Calvino