João Calvino
Escola Bíblica Conhecedores da verdade - O objetivo deste blog e levar você a conhecer a verdade que liberta de todo o Engano. Nesses últimos tempos, muito se tem ouvido falar do evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, porém de maneira distorcida e muitas vezes pervertida, com heresias disfarçada etc. “ ...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8.32
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sexta-feira, 17 de agosto de 2018
TÍTULOS COM QUE SE DESIGNA O ESPÍRITO SANTO NA BÍBLIA
E aqui convirá notar com que títulos a Escritura adorna o Espírito, onde se trata
do inicio e de todo o curso de implantação de nossa salvação. Ele é, em primeiro
lugar, chamado o Espírito de Adoção, porque nos é testemunha da benevolência
gratuita de Deus, com que o Pai nos tem abraçado no dileto Unigênito, para que nos
fosse por Pai, e nos anima à confiança de orar, até mesmo dita as palavras, para que
clamemos sem temor: “Abba, Pai” [Rm 8.15; Gl 4.6].
Pela mesma razão, é chamado Penhor e Selo de Nossa Herança [2Co 1.22; Ef
1.13, 14], porque a nós, peregrinos no mundo e semelhantes a mortos, assim do céu
nos vivifica, para que estejamos certos de que sob a fiel custódia de Deus em segurança
nos está a salvação. Donde também lermos que vida é por causa da justiça
[Rm 8.10]. Uma vez que, porém, por sua secreta aspersão nos fecunda para que
despontem os renovos da Justiça, é freqüentemente chamado água, como em Isaías:
“Vinde às águas, todos os que estais sedentos” [Is 55.1]. Igualmente: “Derramarei
meu Espírito sobre o que está sedento e correntes de água sobre a terra seca” [Is
44.3]. Palavras com as quais concorda a afirmação de Cristo que mencionei pouco
antes: “Se alguém tem sede, venha a mim” [Jo 7.37]. Contudo, por vezes é assim
designado em virtude do poder de purificar e de limpar, como Ezequiel, quando o
Senhor promete águas limpas com as quais lave a seu povo de sua sordidez [Ez
38.25].
Visto, porém, ele restaurar e nutrir o vigor da vida aos banhados pelo eflúvio de
sua graça, daí o nome de óleo e de unção [1Jo 2.20, 27]. Por outro lado, visto que
persistentemente coze e queima as depravações de nossa concupiscência, nos incendeia
o coração do amor de Deus e do zelo da piedade, também deste efeito com
razão se chama fogo [Lc 3.16]. Finalmente, ele nos é descrito como que a fonte [Jo
4.14] donde nos emanam todas as riquezas celestes; ou a mão de Deus [At 11.21]
pela qual exerce sua soberania; porquanto, pela inspiração de seu poder, assim nos
instila a vida divina, para que não mais sejamos guiados por nós mesmos, porém regidos por sua ação e impulso; de maneira que, se em nós há algum bem, seja o
mesmo fruto de sua graça; sem ele, porém, nossas capacidades serão trevas de entendimento
e perversidade de coração.
Isto, na verdade, já foi claramente exposto: até que nossas mentes tenham sido
polarizadas no Espírito, pode-se dizer que Cristo jaz ocioso, por isso que o miramos
friamente fora de nós, até mesmo longe de nós. Sabemos, porém, que Cristo é de
nenhum proveito para outros, senão somente para aqueles dos quais é ele “a cabeça”
[Ef.4.15] e o “primogênito entre irmãos” [Rm 8.29], aos que, afinal, “dele se
vestiram” [Gl 3.27]. Somente esta união faz com que, até onde nos concerne, não
tenha ele vindo inutilmente com o nome de Salvador. A isso confirma esse sagrado
matrimônio pelo qual somos feitos carne de sua carne e ossos de seus ossos, de fato,
um com ele. Mas Cristo conosco se une somente pelo Espírito. Pela graça e poder
do mesmo Espírito somos feitos membros seus [Ef 5.30], para que nos mantenha
sob sua direção e, de nossa parte, o possuamos.