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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O QUARTO MANDAMENTO

“LEMBRA-TE DO DIA DE SÁBADO PARA QUE O SANTIFIQUES. POR SEIS DIAS TRABALHARÁS E FARÁS TODAS AS TUAS OBRAS. NO SÉTIMO DIA, PORÉM, É O DESCANSO DO SENHOR, TEUS DEUS. NÃO FARÁS NELE OBRA ALGUMA” ETC. [EX 20.8-11].

TEOR E APLICAÇÃO DO QUARTO MANDAMENTO


O fim deste mandamento é que, mortos para nossos próprios interesses e obras, meditemos no Reino de Deus e a essa meditação nos apliquemos com os meios por ele estabe1ecidos. Contudo, uma vez que tem este mandamento uma consideração peculiar e distinta dos outros, requer ele ordem de exposição um pouco diferente. Costumam os antigos chamá-lo um mandamento prefigurativo, porque contém a observância externa de um dia, a qual foi abolida, com as demais figuras, na vinda de Cristo, o que certamente é por eles dito com verdade, mas ferem a questão apenas pela metade. Por isso tem-se de buscar uma exposição mais profunda e levar em consideração três causas pelas quais, a mim me parece ficar patente, eles têm observado este mandamento. Primeira, pois o celeste Legislador quis que sob o descanso do dia sétimo prefigurasse ao povo de Israel um repouso espiritual, pelo qual devem os fiéis descansar de suas próprias atividades para que deixem Deus neles operar. Segunda, quis ele que um dia fosse estabelecido no qual se reunissem para ouvir a lei e realizar os atos de culto, ou, pelo menos, o qual consagrassem particularmente à meditação de suas obras, de sorte que, por esta rememoração, fossem exercitados à piedade. Terceira, ordenou um dia de repouso no qual se concedesse aos servos e aos que vivem sob o domínio de outros para que tivessem alguma relaxação de seu labor

João Calvino