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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

CADA PASTOR DEVE ATUAR ESPECIFICAMENTE NA ÁREA OU IGREJA PARA A QUAL FOI DESIGNADO

Mas, ainda que a cada pastor, um a um, atribuamos sua própria igreja, contudo não negamos que possa ajudar a outras igrejas aquele que foi ligado a uma, quer algum distúrbio haja ocorrido que lhe requeira a presença, ou que, acerca de alguma coisa mais obscura, se peça dele conselho. Mas, visto que para manter a paz da Igreja, se faz necessária esta política – que a cada um se proponha o que deve fazer, de modo que não tumultuem todos a um tempo, não corram, incertos, para cá e para lá, sem algo definido, nem corram todos a um só lugar desordenadamente, e a seu bel-prazer não deixem vagas as igrejas os que estão solícitos por seu conforto mais do que pela edificação da Igreja –, esta distribuição deve ser geralmente observada, até onde possível, de sorte que cada um, contente com seus limites, não se intrometa nem usurpe a posição alheia. Nem é isso uma invenção humana; antes, é uma instituição do próprio Deus. Pois lemos que Paulo e Barnabé instalaram presbíteros nas igrejas individuais da cidade de Listra, de Antioquia, de Icônio [At 14.21-23]; e Paulo mesmo ordena a Tito que constitua presbíteros de cidade em cidade [Tt 1.5]. Assim, em um lugar [Fp 1.1] menciona os bispos dos filipenses e em outro cita [Cl 4.17] Arquipo, bispo dos colossenses. E Lucas se refere ao excelente discurso dirigido aos presbíteros da igreja efésia [At 20.17-35]. Portanto, quem quer que haja assumido o governo e cuidado de uma igreja saiba que foi atado a esta lei da divina vocação; não que, como se “atado à gleba”, como dizem os jurisconsultos, isto é, sujeito e como que preso, sem poder daí arredar pé, quando assim o requeira o benefício público, desde que isso se faça retamente e em ordem. Mas, aquele que foi chamado para um lugar ele mesmo não deve cogitar de mudança, nem segundo haja julgado ser vantajoso a si, buscar daí liberação. Então, se a alguém pareça conveniente ser transferido para outro lugar, contudo não deve tentar isto por decisão pessoal, mas aguardar a aprovação pública.

João Calvino