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quinta-feira, 27 de setembro de 2018

O ELEMENTO PADRONIZANTE E INCONTESTÁVEL DE NOSSAS ORAÇÕES NÃO É A FORMA DO PAI NOSSO, MAS SEU CONTEÚDO

Não queremos que estas coisas sejam assim recebidas, como se estivéssemos de tal modo limitados a esta fórmula de orar, que não seja permitido mudar sequer uma palavra ou sílaba. Ora, nas Escrituras, aqui e ali, se lêem muitas orações que são muito diversas desta nas palavras, contudo, são compostas no mesmo Espírito e cujo uso nos é muito útil. Pelo mesmo Espírito, muitas orações são constantemente sugeridas aos fiéis que não concordam tanto com a similaridade de seus termos. Ao ensinarmos assim, estamos apenas advogando que alguém não busque absolutamente outra coisa ou espere senão o que foi sumarizadamente compreendido nesta oração; e, ainda que com palavras muito diversas, contudo, no sentido não haja variação. Desse modo, todas as orações, não somente as que se constam nas Escrituras, mas também as que procedem dos corações piedosos, devem conformar-se a esta, e que jamais se pode uma que se lhe iguale, muita menos que a supere em perfeição. Nada foi aqui omitido que se deva aqui cogitar aos louvores de Deus, nada que deva vir à mente do homem, em função de seus proveitos, e de fato ela é tão precisamente formulada, que a todos foi, com razão, abstraída a esperança de tentar algo melhor. Em suma, lembremo-nos de que este é o ensino da divina Sabedoria, a qual ensinou o que quis, porém, quis o que viu ser necessário.

João Calvino