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sábado, 22 de setembro de 2018

UNICAMENTE PELA MEDIAÇÃO, E UNICAMENTE PELO NOME DE CRISTO, NOSSA ORAÇÃO É ACEITÁVEL DIANTE DE DEUS

Visto, pois, que nenhum dos homens é digno de apresentar-se a Deus e chegarse à sua presença, o próprio Pai celeste, para que nos eximisse, a um tempo, de vergonha e de temor, o que abateria totalmente nosso ânimo, nos deu seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, para que nos seja Advogado [1Jo 2.1] e Mediador [1Tm 2.5; Hb 8.6; 9.15] junto a ele, de cuja diretriz nos acheguemos a ele com segurança. Confiados em intercessor tão insigne, nada que em seu nome tenhamos pedido nos haverá de ser negado, visto que nada lhe pode ser negado pelo Pai. E a isto se impõe absolutamente embutir tudo quanto previamente ensinamos acerca da fé, visto que, assim como a promessa nos recomenda a Cristo por Mediador, assim também, a não ser que nele esteja apoiada a esperança de alcançar resposta, a promessa está despojada do proveito da oração. Ora, tão logo a terrível majestade de Deus nos vem à mente, é impossível impedir que fiquemos apavorados e para longe não nos afaste o reconhecimento de nossa própria indignidade, até que Cristo nos socorra como Mediador, para que converta o formidável trono de glória em trono da graça, assim como ensina também o Apóstolo: “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” [Hb 4.16]. E como foi promulgada a ordenança quanto a invocar a Deus, como a promessa foi dada de que serão ouvidos aqueles que o hajam invocado, assim se nos ordena expressamente invocá-lo no nome de Cristo, e temos a inabalável promessa de que haveremos de alcançar o que tivermos pedido em seu nome. “Até agora”, diz ele, “nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que vosso gozo se cumpra” [Jo 16.24]; “Naquele dia pedireis em meu nome” [Jo 16.26]; “e tudo quanto pedirdes, isso farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” [Jo 14.13]. Daqui se conclui, sem a menor sombra de dúvida, que todos aqueles que invocam a Deus em outro nome e não no de Jesus Cristo, quebram o mandamento de Deus, não fazem caso de sua vontade e não têm promessa alguma de alcançar o que pedem. Porque, como diz Paulo, “todas as promessas de Deus são em Cristo sim e amém” [2Co 1.20]; isto é, são confirmadas e cumpridas em Cristo.

João Calvino