Visto, pois, que nenhum dos homens é digno de apresentar-se a Deus e chegarse
à sua presença, o próprio Pai celeste, para que nos eximisse, a um tempo, de
vergonha e de temor, o que abateria totalmente nosso ânimo, nos deu seu Filho
Jesus Cristo, nosso Senhor, para que nos seja Advogado [1Jo 2.1] e Mediador [1Tm
2.5; Hb 8.6; 9.15] junto a ele, de cuja diretriz nos acheguemos a ele com segurança.
Confiados em intercessor tão insigne, nada que em seu nome tenhamos pedido nos
haverá de ser negado, visto que nada lhe pode ser negado pelo Pai. E a isto se impõe
absolutamente embutir tudo quanto previamente ensinamos acerca da fé, visto que,
assim como a promessa nos recomenda a Cristo por Mediador, assim também, a não
ser que nele esteja apoiada a esperança de alcançar resposta, a promessa está despojada
do proveito da oração.
Ora, tão logo a terrível majestade de Deus nos vem à mente, é impossível impedir
que fiquemos apavorados e para longe não nos afaste o reconhecimento de nossa
própria indignidade, até que Cristo nos socorra como Mediador, para que converta o
formidável trono de glória em trono da graça, assim como ensina também o Apóstolo:
“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar
misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” [Hb
4.16]. E como foi promulgada a ordenança quanto a invocar a Deus, como a promessa
foi dada de que serão ouvidos aqueles que o hajam invocado, assim se nos
ordena expressamente invocá-lo no nome de Cristo, e temos a inabalável promessa
de que haveremos de alcançar o que tivermos pedido em seu nome. “Até agora”, diz
ele, “nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que vosso gozo se cumpra”
[Jo 16.24]; “Naquele dia pedireis em meu nome” [Jo 16.26]; “e tudo quanto
pedirdes, isso farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” [Jo 14.13].
Daqui se conclui, sem a menor sombra de dúvida, que todos aqueles que invocam
a Deus em outro nome e não no de Jesus Cristo, quebram o mandamento de
Deus, não fazem caso de sua vontade e não têm promessa alguma de alcançar o que
pedem. Porque, como diz Paulo, “todas as promessas de Deus são em Cristo sim e
amém” [2Co 1.20]; isto é, são confirmadas e cumpridas em Cristo.
João Calvino
Escola Bíblica Conhecedores da verdade - O objetivo deste blog e levar você a conhecer a verdade que liberta de todo o Engano. Nesses últimos tempos, muito se tem ouvido falar do evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, porém de maneira distorcida e muitas vezes pervertida, com heresias disfarçada etc. “ ...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8.32