ADMITIDA A TESE DE QUE AS OBRAS NÃO JUSTIFICAM, NÃO SE SEGUIRÁ QUE
MERECEM PARA NÓS FAVOR DIANTE DE DEUS?
Já desvencilhamos o que é primordial nesta matéria, a saber: se a justiça se estriba
em obras, necessariamente toda ela haverá de desabar-se à vista de Deus, e que ela
se mantém somente na misericórdia de Deus, somente na comunhão de Cristo e, por
isso, somente na fé. Mas, observemos diligentemente que este é o ponto primordial
da questão, para que não nos enredemos nessa ilusão comum não só da plebe, mas
até mesmo dos doutos. Pois, tão logo se disputa acerca da justificação pela fé e pelas
obras, sucede que saem em disparada em busca daquelas passagens que parecem
atribuir algum mérito às obras diante de Deus, exatamente como se a justificação
pelas obras já estivesse comprovada, caso fosse provado que elas são de algum
valor junto a Deus!
Com efeito, já demonstramos claramente supra que a justiça proveniente de
obras consiste somente na perfeita e absoluta observância da lei. Do quê se segue
que o homem não é justificado pelas obras, a não ser aquele que, elevado à culminância
da perfeição, não pode se argüir de sequer a mínima transgressão. Portanto,
há outra questão distinta: Ainda que as obras sejam suficientes para justificar o
homem, não obstante, não podem merecer para ele o favor e a graça diante de Deus?
João Calvino
Escola Bíblica Conhecedores da verdade - O objetivo deste blog e levar você a conhecer a verdade que liberta de todo o Engano. Nesses últimos tempos, muito se tem ouvido falar do evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, porém de maneira distorcida e muitas vezes pervertida, com heresias disfarçada etc. “ ...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8.32